Rússia condena chegada de militares americanos para treinar forças de Kiev

Exército dos EUA anunciou o envio de paraquedistas para a Ucrânia para “reforçar profissionalismo e da competência” da guarda nacional do país

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Os americanos vão estar seis meses na Ucrânia Gleb Garanich/Reuters

A chegada de 300 paraquedistas à região de Lviv, no território ocidental da Ucrânia, anunciado por um porta-voz do exército americano à agência AFP, provocou a reacção imediata do Kremlin, que já alertou que a presença de “especialistas de países terceiros” no país pode criar ainda mais “instabilidade”.

Donald Wrenn, do exército americano, anunciou que estes elementos, pertencentes à 173ª Brigada Aerotransportada, devem chegar à Ucrânia ainda esta semana e têm como principal objectivo treinar com a guarda nacional ucraniana, uma unidade composta maioritariamente por voluntários e antigas milícias de autodefesa que saíram da revolução na Praça Maidan, em Fevereiro de 2014, e do movimento opositor ao Governo de Viktor Ianukovitch.

Os 300 paraquedistas terão como missão desenvolver um treino, durante os próximos seis meses, não apenas relacionado com  o ensino de novas técnicas de combate, mas também de “reforço do profissionalismo e da competência” da guarda nacional, nas palavras do comandante Jose Mendez, citado no comunicado do exército dos EUA.  Militares ucranianos já vieram enaltecer “a experiência de combate” dos americanos e a ajuda que estes podem dar à Ucrânia, na “defesa das suas fronteiras e da sua soberania”.

A reacção de Moscovo não se fez esperar e o porta-voz do Presidente Vladimir Putin disse à agência Ria Novosti que esta medida está “longe de ajudar à resolução do conflito” no Leste do país. Dmitri Peskov acusou os americanos de estarem a contribuir para uma provável “desestabilização séria da situação”, tal como fizeram ao apoiar o levantamento popular que depôs o anterior Governo ucraniano pró-russo, no ano passado.

Recorde-se que os EUA e o Ocidente acusam a Rússia de financiar e armar os rebeldes separatistas que combatem o exército ucraniano no leste do país, algo que Putin voltou a negar categoricamente nesta quinta-feira.

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