As autoridades brasileiras detiveram esta quarta-feira um homem suspeito de manter ligações ao autoproclamado Estado Islâmico. Chaer Kalaoun estava a ser seguido pelas autoridades norte-americanas e as suas publicações nas redes sociais onde faz apologia ao grupo terrorista alertaram a polícia, escreve a Folha de S. Paulo.

Segundo o jornal brasileiro, o suspeito visitou o Líbano em 2013 e regressou com bandeiras do Estado Islâmico. Um ano depois, durante o Mundial de 2014, chegou a estar detido por comprar uma arma automática.

Kalaun é brasileiro e neto de libaneses. Na infância, chegou a morar alguns anos com a avó no Líbano. Nos últimos tempos, as mensagens interceptadas eram alegadamente compostas por ameaças de actos terroristas durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro.

De acordo com informações do jornal O Globo, o suspeito de 28 anos foi detido no seu local de residência por volta das 16h, no município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.

Ao mesmo jornal, o advogado de Chaer Kalaoun nega qualquer ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico. "Ele não tem ligação com grupos terroristas e não fez nada de errado contra a sociedade", garante Edison Ferreira. “Não há uma acusação básica, uma acusação completa, uma acusação definida. Apenas há suposições de que ele teria feito posts no Facebook, posts de ligações e até com relação ao Estado Islâmico, mas que não tem nada objectivo com relação a ele.", cita o jornal O Globo. 

À Folha de S. Paulo, o advogado garante que “não há nenhum facto contra ele”. “Ele não é acusado nem indiciado. Foi preso temporariamente para ser investigado", afirmou. O advogado acrescentou ainda que as autoridades brasileiras não apreenderam nenhum material.

Na passada semana, a polícia brasileira deteve um grupo de 12 suspeitos que se preparava para realizar atentados terroristas durante os Jogos Olímpicos e está ainda a investigar a existência de um segundo grupo. A detenção marcou o início da Operação Hashtag e surgiu dias depois de um grupo brasileiro ter declarado apoio ao Estado Islâmico nas redes sociais.