Rajoy promete luta contra a corrupção e "segunda geração de medidas" económicas

Início do debate do Estado da Nação marcado pela economia mas também pelo escândalo do financiamento partidário que envolve o partido no Governo

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O debate do Estado da Nação decorre entre hoje e amanhã CESAR MANSO/AFP

O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, classificou como "repugnantes" os casos de corrupção no país, no arranque do debate do Estado da Nação, ensombrado pelo escândalo que envolve as finanças do seu partido.

"Toda a corrupção é insuportável", declarou Rajoy, no discurso de abertura dos dois dias que vão pôr o Parlamento espanhol a debater a situação do país.

O líder do Governo não avançou propostas concretas para o reforço do combate à corrupção em Espanha, mas referiu o "endurecimento das punições para os políticos corruptos" e "a regulamentação dos grupos de pressão", prometendo envolver partidos, sindicatos e organizações patronais na Lei da Transparência.

Apesar de considerar "uma insídia que em Espanha a corrupção esteja generalizada", Mariano Rajoy anunciou alterações à lei de financiamento dos partidos políticos, para reforçar o controlo da gestão da contas partidárias.

"Segunda geração de medidas" para a economia

O debate pode vir a ser dominado pelo caso do financiamento partidário do Partido Popular, mas é a economia que está no centro do discurso de abertura de Mariano Rajoy, no seu primeiro debate do Estado da Nação desde que foi eleito presidente do Governo.

Rajoy prometeu uma "segunda geração de medidas", como "o favorecimento da contratação em tempo parcial dos menores de 30 anos", através de uma redução de entre 75% e 100% nos pagamentos à Segurança Social – os media espanhóis interpretam este anúncio como a criação de "mini-jobs", um conceito introduzido pela Alemanha em 2003 e cuja eficácia foi posta em causa por um estudo da Universidade de Duisburg-Essen, publicado em 2010 e citado pelo jornal The Guardian em Agosto do ano passado. Os "mini-jobs" são trabalhos em tempo parcial, de poucas horas, com salários baixos e com elevadas taxas de isenção na contribuição para a segurança social.

Quanto ao défice público espanhol, Rajoy lembrou que o objectivo do Governo era terminar 2012 com 6,3% e anunciou que esse objectivo foi cumprido: o défico ficou "abaixo dos 7% do PIB." O jornal El País salienta que este resultado não inclui as ajudas à banca, que poderiam fazer subir o défice mais um ponto percentual.

O debate do Estado da Nação vai decorrer entre hoje e amanhã no Palácio dos Deputados, em Madrid, e é o primeiro de Mariano Rajoy no papel de líder do Governo desde o ínicio da actual legislatura, em finais de 2011. O debate não se realizou no ano passado, uma vez que Rajoy alegou que só fazia sentido fazer um balanço da governação mais de 365 dias após a tomada de posse. 
 

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