Putin defende lei contra a propaganda homossexual mas não tem nada contra gays

Presidente russo tenta fazer desaparecer a polémica em torno dos Jogos Olímpicos de Inverno.

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Vladimir Putin diz que tem amigos gay e que não discrimina AFP

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu a lei russa que proibe a "propaganda homossexual", mas insistiu que não tem qualquer preconceito em relação aos gays.

Numa entrevista este domingo à BBC, Putin disse que na Rússia os homossexuais não são discriminados no trabalho e defendeu que a lei não prejudica nenhuma pessoa. "Eu próprio conheço pessoas gays. Somos amigos e não há qualquer preconceito", disse o Presidente russo.

Na sexta-feira, e a menos de um mês do início dos jogos, que se realizam na cidade de Sochi, Putin pediu aos homossexuais para não abordarem as crianças russas – um equívoco por parte do Presidente, que relacionou homossexualidade com pedofilia, e que levou as organizações de defesa dos direitos dos homossexuais a acusarem Putin de preconceituoso.

A lei, aprovada em Junho, prevê multas e penas de prisão para quem distribuir informação que promova a homossexualidade ou a pedofilia a pessoas menores de 18 anos. As organizações dizem que a lei é demasiado ambígua e permite interpretações variadas, o que pode levar à perseguição de grupos de direitos homossexuais e à proibição de encontros ou manifestações.

"A minha posição pessoal", disse Putin à BBC, "é 'não importa qual é a orientação sexual de uma pessoa'". O Presidente russo sublinhou que muitas pessoas gay visitam a Rússia (citou o caso de Elton John) e que já condecorou homossexuais. "Já condecorei várias pessoas da comunidade gay pelo que conseguiram a nível pessoal, não pela sua orientação sexual", salvaguardou.

Alguns grupos pediram aos atletas para boicotarem os jogos, mas não houve adesão.
 

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