PT cada vez mais em xeque no Brasil

Investigações anticorrupção põem o PT cada vez mais em xeque. Sobreviverá Dilma ao “assalto”?

Um ano depois da Copa (o Mundial de Futebol) e um ano antes dos Jogos Olímpicos, o Brasil treme. Por razões antigas, profundas, que têm a ver com o pântano da corrupção.

Se Dilma Rousseff conseguiu ser reeleita em Outubro de 2014, mesmo depois de todas as pressões, antes e durante a imersão do país nas disputas do futebol mundial, os meses seguintes só lhe permitiram respirar durante pouco tempo. As investigações em torno da rede de corrupção na Petrobras (sempre com o PT na linha do horizonte) assombraram todo o seu percurso seguinte.

É certo que Dilma procurou marcar distâncias, assinalar a “normalidade” das investigações e manter-se o mais possível intocada pelo pântano onde tantos se iam enlameando. Ainda no início desta semana ela afirmou, num encontro de líderes partidários em Brasília: “Na crise política, as instituições devem ser preservadas. Devemos fazer nossa travessia sem medo. Eu não tenho medo. Eu aguento pressão, eu percebo o que está acontecendo, ouço para mudar e melhorar.”

Na aparência, as melhores intenções. Mas o avanço do processo anticorrupção e a detenção de José Dirceu (antigo braço-direito de Lula e antecessor de Dilma como ministra-chefe da Casa Civil) parecem, cada vez mais, remar em sentido contrário. Nas ruas, onde muitos se apressaram, poucas semanas após as eleições, a pedir a sua destituição do cargo, avizinham-se novas manifestações em Agosto e a popularidade de Dilma, decerto por via do descrédito num PT a contas com a operação Lava-Jato (PT que, faça Dilma o que fizer, é o seu partido), continua em desesperada queda: 63% dos brasileiros apoiam a destituição da sua Presidente e (o que é pior) 69,2% acreditam que ela estará entre os culpados no esquema da Petrobras. A um ano dos Olímpicos, os jogos no Brasil são outros, e envolvem justiça e poder. Mas se até o nome de Lula for arrastado na avalancha, pouco ou nada do resto ficará incólume.

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