Procuradoria de Brasília abre investigação formal a Lula da Silva

Ex-Presidente é suspeito de usar influência para facilitar negócios da construtora Odebrecht com estados estrangeiros, principalmente em África e na América Latina,

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O Instituto Lula sempre negou que o ex-Presidente faça lobby por qualquer empresa NELSON ALMEIDA/AFP

A Procuradoria de Brasília abriu uma investigação formal ao ex-Presidente da República, Lula da Silva, por suposto tráfico de influência no país e a nível internacional – noticiou a imprensa brasileira.

As suspeitas sobre Lula e a existência de uma investigação preliminar já tinham sido noticiadas. Agora, o procedimento preliminar de investigação passa a procedimento investigatório criminal, explicou o diário O Globo. Dito de outra forma: há uma investigação formal.

O antigo Presidente é suspeito de usar a sua influência para facilitar negócios da construtora Odebrecht com estados estrangeiros, principalmente em África e na América Latina, noticiou a Folha de São Paulo.

A empresa faz nesses países obras financiadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, estatal).

A Odebrecht organizou várias viagens ao estrangeiro em que Lula participou, depois de ter deixado a Presidência.  O Ministério Público quer saber se, durante essas visitas, fez conferências e quem as pagou.

Ainda segundo a Folha, o Instituto Lula – que sempre negou que o ex-Presidente faça lobby por qualquer empresa ou seja consultor – mostrou-se surpreendido com a investigação, por considerar escasso o tempo para a análise de documentação solicitada pela Procuradoria, e que lhe foi entregue na semana passada.

Em Maio, o Ministério Público pediu explicações ao Instituto Lula, ao BNDES e à Odebrecht para apurar as já noticiadas suspeitas de tráfico de influência de Lula a favor da construtora.

Para além da abertura formal da investigação, foi solicitado o acesso a informações da Operação Lava Jato – um esquema de corrupção em torno da Petrobras, a petrolífera nacional, em que a Odebrecht é investigada.

Quando, em Junho, foram detidos os presidentes das duas maiores empresas de construção brasileiras, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, Lula – segundo a imprensa brasileira – disse a aliados estar convencido de que seria o próximo alvo da Lava Jato.

A detenção de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo terá sido vista pelo ex-Presidente como um sinal de que estava na mira dos investigadores desse processo.

 


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