Dentro de três meses estarão realojadas 2500 pessoas que o sismo deixou sem casa

O plano de realojamento “Casa Italia”, apresentado pelo Governo italiano, é composto por três fases e estão contempladas novas medidas de prevenção anti-sísmica.

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Bombeiros recuperam um crucifixo de uma igreja na cidade de Amatrice ALBERTO PIZZOLI/AFP

O projecto Casa Itália prevê reconstruir com protecções anti-sísmicas as cidades destruídas pelo sismo que devastou a região central de Itália na quarta-feira passada e causou 292 mortos. A primeira prioridade, para manter as populações no local, é reconstruir as escolas. Mas dar casa às 2500 pessoas que ficaram desalojadas também: o primeiro-ministro, Matteo Renzi, prometeu que, dentro de três meses, todos sairão das tendas e terão uma primeira habitação, de madeira. 

A reconstrução definitiva dos núcleos novos, que se designam já New Town, poderá levar cinco anos. Mas as habitações provisórias, segundo o jornal Corriere della Sera, as habitações de madeira, mais adequadas para passar o Inverno rigoroso das povoações de montanha, chegam em três meses. Têm um custo de 1400 euros por metro quadrado. Enquanto esperam por uma nova casa, os desalojados podem ficar instalados em hotéis na costa de Lázio e Marche, “em grupos, para não dispersar a comunidade”, explicou Sergio Pirozzi, presidente da comuna de Amatrice.

Matteo Renzi encontrou-se no domingo com o arquitecto Renzo Piano, em Génova, onde conversaram durante cerca de quatro horas, noticiou o diário italiano La Repubblica. Segundo declarações de Piano, numa entrevista dada ao Corriere della Sera, o arquitecto acredita que não se deve alienar os habitantes das áreas destruídas. 

De acordo com os meios de comunicação italianos, o plano traçado pelo Governo italiano é composto por três fases. Renzi já tinha avançado na semana passada que ia autorizar a utilização de 50 milhões de euros para ajuda de emergência e que o pagamento de impostos seria suspenso nas zonas com maior destruição causada pelo sismo – Amatrice, Accumoli, Arquata del Tronto e Pescara del Tronto.

A primeira etapa já está a decorrer e é da responsabilidade da Protecção Civil. Os escombros devem ser removidos e os danos calculados. Os bombeiros devem acompanhar as famílias afectadas na recuperação de bens valiosos que se encontrem ainda no local – uma tarefa arriscada devido à possibilidade de haver mais réplicas que podem fazer desabar as construções que ainda existem.

Os sobreviventes que perderam as suas casas têm ficado alojados em abrigos temporários ou em casas de familiares – o Governo assegurou que esta situação não vai durar mais de um mês, de acordo com o diário El País.

O segundo passo consiste no realojamento, a cargo dos ministérios de Infra-estruturas e de Economia. As casas vão ser pré-fabricadas e de madeira – um modelo alemão já utilizado na altura do terramoto em Onna, em Itália, em 2009. O período máximo de estadia será de oito meses.

Outra medida do Governo italiano é um subsídio mensal de 600 euros que será atribuído a todas as famílias desalojadas – o subsídio pode atingir um valor mais elevado nos casos em que do núcleo familiar fazem parte maiores de 65 anos ou dependentes de terceiros.

A última fase é a da reconstrução. Renzi comprometeu-se a elaborar um plano que deve ser respeitado por construtores e autoridades. Idealmente os edifícios seriam reconstruídos exactamente no mesmo local, mas respeitando as novas regras. Vasco Errani foi nomeado comissário para a reconstrução – cargo que já tinha exercido após o sismo de 2012, em Emília-Romana. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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