Presidente equatoriano propõe fim da imprensa em papel

Rafael Correa tem estado a ser criticado nos media do país por ter decidido explorar petróleo numa importante reserva ecológica.

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O Parque Nacional do Yasuni é uma das zonas com mais biodiversidade no mundo Enric Vives-Rubio

O Presidente do Equador, Rafael Correa, propôs-se nesta segunda-feira submeter a referendo a supressão da imprensa diária em papel no país, respondendo a críticas à sua decisão de abrir uma reserva para exploração petrolífera.

“Actualmente, os maiores ‘ecologistas’ são os diários mercantilistas. E portanto, se chegarmos à consulta popular, proporemos também que os jornais sejam apenas online para economizar papel e evitar o abate das árvores”, afirmou Correa no Twitter.

Na semana passada, o chefe de Estado equatoriano anunciou ter pedido à Assembleia Nacional autorização para explorar petróleo em Yasuni, uma importante reserva ecológica da Amazónia, depois de ter constatado o fracasso de uma angariação internacional de fundos para evitar a extracção de reservas de 920 milhões de barris de petróleo, que correspondem a 20 por cento das reservas do Equador.

Desde então, várias organizações indígenas e da oposição contestaram, nomeadamente através da imprensa privada, esta decisão e pediram uma consulta popular antes de o Estado equatoriano enveredar por essa solução.Na sexta-feira, Correa já os tinha acusado num mensagem no Twitter de estarem a tentar destabilizar o Governo e “manipular” a população.

Inquirido pela agência de notícias AFP, o director da Associação Equatoriana dos Editores de Imprensa, Diego Cornejo, escusou-se a pronunciar-se sobre estas declarações do Presidente, explicando que esperaria por ter a certeza de que se tratava de uma proposta séria.

O socialista Rafael Correa está há vários anos em conflito aberto com os media privados, de tom muito crítico, que acusa de serem próximos da oposição.

Em 2011, responsáveis do diário El Universal foram condenados a três anos de prisão e a uma coima recorde de 40 milhões de dólares por injúria ao chefe de Estado, antes de serem indultados por Correa.

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