Bulgária faz detenções devido a rumores sobre saúde dos seus bancos
Presidente tenta tranquilizar população. numa altura em que foram convocadas eleições antecipadas.
As autoridades búlgaras prenderam, neste domingo, três pessoas suspeitas de conspiração para desestabilizar o sistema bancário do país. No total são agora cinco os detidos, acusados de difundirem falsas informações sobre a situação financeira dos principais bancos comerciais do país, que já levaram a uma corrida dos clientes às agências.
O persistentes rumores de insolvência do sistema bancário búlgaro levaram o banco central a informar que houve uma tentativa orquestrada para minar a credibilidade do sistema bancário.
O Presidente da República viu-se, já este domingo, obrigado a tranquilizar os depositantes, procurando evitar corridas aos bancos na segunda-feira. “O dinheiro dos cidadãos e das empresas [guardado] nas instituições financeiras está seguro e garantido. Os bancos vão continuar a funcionar com normalidade”, disse Rosen Plevneliev, depois de reuniões com líderes políticos, com o ministro das Finanças e com a chefia do banco central.
Na sexta-feira, após meses de crise política, o Presidente da República anunciou também a dissolução do Parlamento, a nomeação de um governo interino a partir de 6 de Agosto e a convocação de eleições a realizar a 5 de Outubro.
Na sexta-feira, houve uma corrida aos depósitos, que fez com que os clientes do First Investment Bank, o terceiro maior do país, levantassem maisde 408 mihões de euros do banco, com receio de perderem as suas poupanças. Apesar das garantias da administração e dos analistas do mercado relativamente à saúde financeira da instituição, as acções caíram 23% na manhã o e banco viu-se forçado a encerrar as portas.
O banco central teve também teve de assumir o controlo do Corporate Commercial Bank, quarta maior instituição de crédito do país mais pobre (e um dos mais corruptos) da União Europeia, que não integra a moeda única.
A repetição de “rumores falsos e mal-intencionados” sobre a alegada falta de liquidez do sistema bancário levaram as autoridades a abrir uma investigação criminal. As primeiras detenções aconteceram menos de 24 horas depois: a polícia da cidade de Ruse confirmou que um indivíduo envolvido em acções contra instituições monetárias do país estava a ser interrogado pela agência de segurança nacional. Os outros cinco indivíduos foram detidos na capital Sofia.
Segundo a agência Bloomberg, alguns dois indivíduos detidos deviam largas somas de dinheiro ao banco – o que poderá ter motivado a sua acção de desestabilização. De acordo com as autoridades, os cinco distribuíram rumores que levaram as pessoas a levantar os seus depósitos bancários, através de mensagens por SMS, e-mails e nas redes sociais.
Em declarações à BBC, um responsável do Institute for Market Economics, Petar Ganev, garantiu que a situação financeira do país é estável, que “a liquidez dos bancos búlgaros até é superior à dos bancos europeus” e que o rating do país se mantém elevado, “apesar do pânico”. Como notava a Reuters, a Bulgária é um dos países da União Europeia com um menor endividamento público, e também um dos menos expostos à turbulência dos mercados internacionais.
Os rumores de descapitalização dos bancos vieram adensar as desconfianças dos búlgaros relativamente à situação económica do país, que atravessa um período de instabilidade, com manifestações de rua contra o Governo, a braços com acusações de angariações ilícitas.