A polícia venezuelana e manifestantes anti-governamentais entraram em confronto, no final de uma marcha de protesto que, no sábado, levou milhares de pessoas às ruas de Caracas.

Várias pessoas ficaram feridas, a polícia lançou gás lacrimogéneo sobre manifestantes, que lançaram pedras contra os agentes, no bairro de Altamira, um bastião oposicionista, segundo o relato da BBC.

A marcha oposicionista na capital foi liderada pelo candidato presidencial derrotado nas eleições de 2013, Henrique Capriles. Os manifestantes exigiam o desarmamento dos grupos paramilitares, acusados de intimidar manifestantes. No sábado houve também manifestações nos estados de Tachira e Mérida.

Apoiantes do Presidente Nicolás Maduro também desfilaram no centro de Caracas e noutras cidades.

Até agora foram mortas cerca de uma dezena de pessoas – há números divergentes – na vaga de violência que tem acompanhado os protestos das últimas semanas. Maduro diz que está em curso uma tentativa de golpe de Estado de “grupos fascistas”, com o apoio dos Estados Unidos.

A oposição protesta contra a elevada criminalidade, a inflação e a escassez de muitos produtos básicos. E atribui os problemas económicos às políticas chavistas dos últimos 15 anos. O ex-Presidente Hugo Chávez morreu no início de 2013 .

As mais recentes vítimas mortais da violência associada aos protestos são, segunda a Reuters, uma estudante de 23 anos e um homem de 29 anos, trabalhador num supermercado.  No primeiro caso, a morte ocorreu no sábado no hospital, devido a ferimentos sofridos quando a polícia reprimiu um protesto em Carabobo, na quarta-feira. No segundo, de acordo com as autoridades, o homem, que nada teria a ver com os protestos, morreu quando regressava a casa de moto, sexta-feira à noite, e embateu num cabo atravessado na estrada, no bairro Horizonte, em Caracas.