Pequim vai celebrar o fim da II Guerra e convidou Putin e tropas russas

Governo chinês quer retribuir a "recepção acolhedora" de Moscovo e irá organizar também uma parada militar, em Setembro.

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Os presidentes russo, Vladimir Putin, e chinês, Xi Jinping Reuters

A China vai organizar uma parada militar para assinalar o 70.º aniversário do fim da II Guerra Mundial, à semelhança do que sucedeu em Moscovo, no passado sábado. O desfile está marcado para Setembro e coincidirá com a data da rendição do Japão, que ditou o fim oficial do conflito. O Governo chinês pretende fortalecer ainda mais a parceria China-Rússia e convidou as tropas russas para marcharem em Pequim.

O boicote dos chefes de Estado ocidentais às comemorações da derrota do nazismo, no dia 9 de Maio, na Praça Vermelha, em Moscovo, virou a luz das câmaras para a proximidade entre o presidentes chinês, Xi Jingping, e russo, Vladimir Putin. Face às "tentativas de criação de um mundo unipolar" pretendida pela comunidade internacional ocidental, como disse o Presidente russo no discurso de sábado, a aliança China-Rússia saiu mais reforçada.

Num comunicado emitido na segunda-feira, o Ministério da Defesa da República Popular da China oficializou a organização de uma parada militar em Pequim, que deverá ter lugar na Praça Tiananmen, e fez saber que "receberá calorosamente os líderes militares russos e as suas forças armadas", convidando-os a fazer parte das comemorações.

Para além da demonstração de união entre os dois países, o anúncio da data da parada para Setembro ostenta a presença, ainda bem marcada, do elemento hostil ao Japão, um aliado tradicional do Ocidente, no discurso da diplomacia chinesa. A China nunca perdoou os japoneses pela ocupação de alguns dos seus territórios, durante a II Guerra Mundial.

A parada militar de Pequim será a primeira que se realiza na China para celebrar o fim da guerra e a primeira sob a liderança do Presidente Xi Jinping, líder do Partido Comunista Chinês desde 2013.

Uma vez que a presença de Vladimir Putin está praticamente assegurada, face à "recepção acolhedora" com que a delegação chinesa foi recebida em Moscovo, resta saber quais serão os líderes dos países ocidentais convidados e, acima de tudo, quais marcarão presença.

A Rússia e o Ocidente estão de costas voltadas devido à anexação russa da Crimeia e à suspeita do apoio de Putin às forças separatistas rebeldes que controlam o Leste da Ucrânia, situação que poderá ter impacto na lista de convidados de Pequim para Setembro.

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