Chineses que viajam têm de se portar bem, diz o Governo

O comportamento dos turistas embaraça Pequim- falam alto, sujam o chão e não hesitam em usar os monumentos como casas de banho.

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Turistas chineses em Singapura Edgar Su/Reuters

Ataques de fúria ou de insensatez dentro de aviões, desrespeito pelas filas nos museus e pelos próprios monumentos, falta de civismo no espaço público. Os chineses que visitam países estrangeiros portam-se como "bárbaros" - termo usado pelo Diário do Povo, o órgão oficial do Partido Comunista da China - e o Governo está cansado do comportamento dos seus e decidiu criar uma "lista negra" e punições para aqueles que não se portem bem.

Em Janeiro, o Governo anunciou que estava a preparar medidas para combater este problema, que é cada vez maior uma vez que há cada vez mais chineses a viajar pelo mundo - actualmente, o país mais procurado pelos chineses é a Austrália, revela na edição desta quinta-feira o South China Morning Post. Agora, o departamento que gere o turismo divulgou um regulamento que deve ser seguido pelos cidadãos quando viajam.

O documento, publicado na página oficial do Governo, diz que ser "um turista civilizado" é "obrigação de todo o cidadão". Os chineses têm de "ter cuidado com o património cultural dos outros, respeitar os direitos dos outros, não sujar o ambiente e evitar provocar danos nas infra-estruturas", diz o texto.

Os infractores entrarão para uma "lista negra" e serão proibidos de viajar durante um a dois anos. Pode haver lugar para castigos, de acordo com a gravidade da infracção, explicou aos media oficiais o chefe da Administração Nacional do Turismo, Li Jinzao, acrescentando que a "vergonha pública" será uma das tácticas usadas para educar os chineses.

Os episódios com turistas chineses são cada vez mais divulgados nos media mundiais, criando embaraço para o Governo central. Dois dos casos mais divulgados dizem respeito a um adolescente que defecou num templo egípcio e a um grupo que lavou os pés no Louvre. Mais recentemente, um casal descontente lançou água a ferver sobre uma hospedeira das linhas aéreas da Tailândia e um grupo de turistas impacientes, que não queriam estar à espera para levantar voo, abriu uma porta do avião que já estava na pista para que entrasse ar fresco.

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