Pelo menos 51 mortos em confrontos no Egipto

Violência marca duas mobilizações diferentes na capital no domingo.

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Apoiantes da Irmandade fogem do gás lacrimogéneo Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Mais um dia de mobilização na capital egípcia; mais um dia de violência, mais um dia de mortes: 51, segundo o último balanço.

Apoiantes do Presidente deposto, Mohammed Morsi, saíram à rua no domingo, enquanto os apoiantes dos militares que governam de facto o país também comemoraram nas ruas o aniversário de um ataque a forças israelitas em 1973, quando as tropas egípcias atravessaram o Canal do Suez, marcando uma vitória na última batalha da guerra desse ano.

As autoridades tinham avisado na véspera que quem protestasse contra o Exército durante as cerimónias de 6 de Outubro seria considerado “agente de poderes estrangeiros”.

A Praça Tahrir, centro da contestação que levou à queda do antigo Presidente Hosni Mubarak em 2011, e onde decorriam as comemorações da batalha do Suez, foi um dos centros da violência, com a polícia a impedir o acesso dos apoiantes da Irmandade com recurso a gás lacrimogéneo e balas de borracha.

Ainda assim, a Al-Jazira notava que, ao contrário do que aconteceu na repressão dos protestos da Irmandade em Agosto, não foram usadas balas reais.

Segundo informações da estação actualizadas na manhã desta segunda-feira foram mortas pelo menos 51 pessoas. Dezenas de outras ficaram feridos em confrontos pelo país. Mais de 300 membros da Irmandade terão sido detidos.

Houve confrontos entre a polícia e os manifestantes apoiantes da Irmandade Muçulmana em várias cidades, do Cairo a Alexandria, passando por Suez. Pelo menos uma pessoa morreu numa cidade 300 quilómetros a sul da capital, e também confrontos entre os apoiantes do golpe militar e os defensores do Presidente deposto.

Um jornalista e membro da Irmandade, Islam Tawfik, disse à Reuters que os apoiantes do grupo estavam determinados em chegar a Tahrir. “Queremos celebrar o Exército que costumava apontar as armas aos inimigos, não ao seu próprio povo”, afirmou. Mas segundo a Al-Jazira, das três marchas partindo de pontos diferentes que o tentaram fazer, nenhuma teve sucesso. E à medida que a noite caía no Cairo, o ambiente ia acalmando, notava a emissora pan-árabe.


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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