Partido centrista, no poder, venceu legislativas na Estónia

As duas forças que formavam o Governo da antiga república soviética não chegaram à maioria absoluta. Partido pró-russo foi o segundo mais votado.

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Taavi Roivas,o mais jovem primeiro-ministro da UE, deve liderar o novo executivo THIERRY CHARLIER/AFP

O Partido da Reforma, uma formação centrista, no poder, venceu as eleições legislativas de domingo na Estónia. O líder do Governo cessante, Taavi Roivas, 35 anos, o mais jovem primeiro-ministro da União Europeia, deve ser convidado pelo Presidente a formar novo executivo.

Mas os dois partidos que formavam o Governo da antiga república soviética não obtiveram um número de deputados suficiente para lhes garantir a maioria absoluta. O Partido da Reforma obteve 27,7% dos votos – ligeiramente abaixo dos 28.6% de 2011 – e elegeu 30 deputados num Parlamento de 101. Os seus aliados social-democratas conseguiram 15,2%, que lhes garantem 15 deputados.

A segunda força política mais votada foi o Partido do Centro, pró-russo, que teve o apoio de 24,8% dos eleitores e elegeu 27 deputados, mais um do que nas eleições anteriores – um quarto dos 1,3 milhões de habitantes deste país que pertence à NATO, à União Europeia e à zona euro são russófonos.

O Partido do Centro propôs na campanha triplicar o salário mínimo, fixando-o em mil euros, e reduzir as contribuições para a segurança social – o que deu origem a forte debate num país submetido a uma rigorosa política de austeridade. Algumas sondagens chegaram a coloca-lo à frente da corrida eleitoral.

Os conservadores do IRL, quarta força mais votada, conseguiram eleger 14 parlamentares graças aos 13,7% de votos.

Três outros partidos que tinham deputados deixam de estar representados no Parlamento por não terem atingido a fasquia mínima de 5% dos votos. Ao contrário, duas novas forças passam a ter assento: os liberais, com 8,7% dos votos e oito deputados; e o Partido Popular Conservador, anti-imigração, com 8,1% que correspondem a sete lugares.

A campanha eleitoral foi dominada pelas questões económicas e por preocupações de segurança decorrentes da guerra na Ucrânia. Poucos dias antes das eleições, ocorreram manobras militares russas junta à fronteira estónia, o que fez aumentar as preocupações dos que atribuem ao Governo de Moscovo a intenção de desestabilizar o país.

O Governo da Estónia, tal como os da Letónia e Lituânia, reclamam uma maior presença da NATO na região. A aliança anunciou recentemente a criação de força de cinco mil homens e seis centros de comando na região, um deles na Estónia.

Questionado sobre a eventualidade de uma coligação com o Partido do Centro, Roivas afastou por completo esse cenário.

 

 

 

 

 

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