Partidários de Morsi apelam a marcha de um milhão de pessoas no Egipto

Exército avisou manifestantes para “não se aproximarem de instalações militares em geral e dos serviços de informações militares em particular”.

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Islamistas reclamam regresso de Morsi ao poder Mohamed Abd El Ghany/REUTERS

Os partidários de Mohamed Morsi apelaram à realização de uma marcha de “um milhão de manifestantes”, na terça-feira, para reclamarem o regresso do Presidente islamista do Egipto, derrubado no início do mês pelo Exército.

“Apelamos […] a uma marcha terça-feira de um milhão de pessoas sob o slogan “os mártires do golpe de Estado”, indica um comunicado, citado pela AFP, de uma coligação de islamistas favoráveis ao Presidente afastado pelos militares na sequência de gigantescas manifestações em que foi pedido o seu derrube.

O comunicado apela a concentrações, nesta segunda-feira à noite, em todo o Egipto, junto “aos edifícios administrativos das forças de segurança” para condenar os “actos criminosos e o uso de balas reais” contra manifestantes na noite de sexta-feira, quando foram mortas pelo menos 72 pessoas, mais de 100, segundo a Irmandade Muçulmana. O ministro do Interior afirma que as forças de segurança usaram apenas gás lacrimogéneo.

Um porta-voz da Irmandade Muçulmana, Murad Ali, citado pela Reuters, disse que apoiantes de Morsi estão a deslocar-se da zona da mesquita de Rabaa Al-Adawiya, no norte da capital, onde foram mortos os manifestantes, e onde tem decorrido uma vigília, para a zona dos serviços de informações militares. 

Os manifestantes pró-Morsi persistem nos protestos, ignorando os avisos do poder militar. O Exército voltou no domingo a aconselhar os manifestantes a“não se aproximarem de instalações militares em geral e dos serviços de informações militares em particular”. 

Também no domingo, o Conselho de Defesa Nacional ameaçou adoptar “medidas firmes e decisivas” contra os manifestantes pró-Morsi, em caso de “abuso do direito de expressão”. O conselho é presidido pelo chefe de Estado interino, Adly Mansour, e integrado pelo homem-forte do poder militar, Abdel Fattah al-Sissi 

 

 

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