O Papa Francisco decidiu continuar as suas viagens com um passaporte argentino, cuja renovação pediu, anunciou esta segunda-feira o Ministério do Interior em Buenos Aires. Os seus antecessores optaram por, depois de eleitos, pedir um passaporte do Vaticano, abdicando do de origem.

O Papa e os cardeais residentes no Vaticano têm direito a passaportes diplomáticos uma vez que se trata de um Estado soberano. Mas de acordo com o Ministério do Interior Argentino, o Papa contactou o embaixador de Buenos Aires em Roma na semana passada, tendo-lhe dito que "pretendia continuar as suas viagens pelo mundo com o passaporte argentino", disse o ministro, Florencio Randazzo, num comunicado citado pela AFP.

No seu site na Internet, o Ministério do Interior divulgou o novo documento de identidade de Jorge Bergoglio que, na fotografia, surge com as suas vestes brancas de pontífice e o habitual solidéu na cabeça. O que quer dizer que foi aberta uma exepção para o Papa uma vez que os argentino s(como os cidadãos de outros países)  estão proibidos de usar chapéus nas fotografias dos documentos oficiais.

"Este novo gesto do Papa a favor do nosso país enche-nos de fé. (...) Ele escolheu renovar o passaporte e o seu bilhete de identidade, para viajar pelo mundo na qualidade de representante supremo da Igreja Católica com um documento idêntico ao de qualquer outro cidadão argentino", disse o ministro cujo comunicado sugere que uma equipa do registo civil foi de propósito ao Vaticano para fotografar o Papa e recolher as suas impressões digitais.

O novo passaporte de Francisco foi emitido a 14 de Fevereiro e é válido até 2024. O Papa ainda não o recebeu, vai chegar-lhe por correio à sua residência no Vaticano.