Papa considera o presidente palestiniano um "anjo da paz"

Depois de reconhecer o Estado Palestiniano, Francisco recebe Mahmoud Abbas no Vaticano.

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REUTERS/Alberto Pizzoli/Pool

O Papa Francisco chamou ao presidente palestiniano um "anjo da paz", revela um jornalista ouvido pela AFP, depois de um encontro entre os dois chefes de estado, no Vaticano, neste sábado. Mahmoud Abbas deslocou-se à Santa Sé por causa da canonização de duas religiosas palestinianas.

Depois de, no início da semana, o Papa ter reconhecido o Estado da Palestina, vem agora tecer um elogio a Abbas.

No domingo, aquele governante deverá assistir à canonização de Mariam Bawardi (1846-1878), fundadora do primeiro convento carmelita em Belém, na Palestina; e de Marie-Alphonsine Ghattas (1843-1927), que esteve na origem da congregação do Santo Rosário de Jerusalém.

Duas outras religiosas, a francesa Jeanne Emilie de Villeneuve (1811-1854), e a italiana Maria Cristina dell'Immacolata (1856-1906), também serão canonizadas na mesma altura.

Um acordo sobre os direitos da Igreja Católica nos territórios palestinianos, negociado depois de 15 anos de interregno, deverá ser assinado, possivelmente ainda este fim-de-semana, e marcará a aproximação do Vaticano ao Estado da Palestina.

Um acordo sobre os direitos da Igreja Católica nos territórios palestinianos, negociado depois de 15 anos de interregno, deverá ser assinado, possivelmente ainda este fim-de-semana, e marcará a aproximação do Vaticano ao Estado da Palestina.

Este acordo é o resultado de conversações que começaram em 2000.

O texto não foi divulgado, mas Antoine Camilleri, o principal negociador da Santa Sé com os palestinianos, disse que tinha uma secção “muito elaborada e detalhada” relativa à “liberdade religiosa e liberdade de consciência”. Outras secções referem-se a questões de propriedade e impostos, assim como media católicos e actividades de caridade, segundo o diário Wall Street Journal. O responsável do Vaticano disse esperar este fosse um exemplo para países de maioria muçulmana no modo como lidar com os cristãos e outras minorias.

O Vaticano tenta, por outro lado, finalizar um acordo com Israel, que diz respeito sobretudo a direitos de propriedade e isenções fiscais. Os dois têm relações diplomáticas desde 1994, mas ainda não assinaram este acordo. Camilleri disse que o tratado, a ser negociado desde 1999, está “quase pronto” e que espera que seja assinado em breve.

Este é um exercício diplomático delicado para o Vaticano, entre israelitas e palestinianos, com comunidades importantes em ambos os territórios, onde o berço do Cristianismo é um local de peregrinação. 

Se, por um lado, quer evitar afastar Israel e fazer lembrar as críticas ao papel da Igreja na História do antijudaísmo na Europa, por outro lado gostaria de ver brevemente uma solução de dois Estados.

No ano passado, o Papa convidou Mahmoud Abbas e o Presidente israelita, Shimon Peres, para uma oração conjunta nos jardins do Vaticano.

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