Palmira, antes da destruição, vista pelos leitores do PÚBLICO

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Os monumentos mais imponentes de Palmira datam do período greco-romano, mas há vestígios de ocupação humana que remontam ao neolítico Fernando Bilé
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A riqueza da cidade, localizada num nó de várias antigas rotas comerciais, permitiu a construção de vários templos Fernando Bilé
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Para além de gregos e romanos, passaram por Palmira fenícios, persas, judeus, turcos e mongóis, entre outros povos Fernando Bilé
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Fernando Bilé
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David Samuel Santos / Dobrar Fronteiras
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Templo de Bel David Samuel Santos / Dobrar Fronteiras
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A fachada do anfiteatro David Samuel Santos / Dobrar Fronteiras
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David Samuel Santos / Dobrar Fronteiras
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David Samuel Santos / Dobrar Fronteiras
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David Samuel Santos / Dobrar Fronteiras
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Cortejo de entrada no Templo de Bel Paulo Mendes Pinto
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Baixos relevos no interior do Templo de Bel, entretanto destruído Paulo Mendes Pinto
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Baixos relevos no interior do Templo de Bel, entretanto destruído Paulo Mendes Pinto
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O Templo de Baal Shamin, entretanto destruído Paulo Mendes Pinto
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O interior do Templo de Baal Shamin, entretanto destruído Paulo Mendes Pinto
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A fachada do Templo de Baal Shamin, entretanto destruído Paulo Mendes Pinto
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A cidade antiga de noite Paulo Mendes Pinto
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Um pormenor noturno da cidade antiga Paulo Mendes Pinto
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A estrada junto à cidade antiga Robert Kuzka
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Arco na secção oriental da colunata Robert Kuzka
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Devido às elevadas temperaturas do deserto, a visita noturna por Palmira era especialmente apreciada por turistas, académicos e locais Paulo Mendes Pinto
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O anfiteatro, entretanto utilizado pelo Estado Islâmico para palco de execuções em massa Robert Kuzka
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Pelo menos 25 soldados sírios foram executados neste local, em Maio Robert Kuzka
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Uma secção do Templo de Bel Robert Kuzka
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Outro aspecto do Templo de Bel Robert Kuzka
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Palmira situa-se numa das rotas entre Damasco e Bagdade, três cidades alvo de terrorismo e conflitos sectários Robert Kuzka
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A mesquita de Aleppo, em 2010 Mike Bastos
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Piquenique de família síria nas ruínas de Palmira Mike Bastos
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O Templo de Bel em 2010 Mike Bastos
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A torres funerárias, recentemente destruídas, em 2010 Mike Bastos
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Mike Bastos
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J. Paulo de Sousa
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J. Paulo de Sousa
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Rui Baptista
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Rui Baptista
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Rui Baptista
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Rui Baptista
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Maria Clara Costa
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Maria Clara Costa
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Templo de Bel Maria Clara Costa
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A cidade histórica vista a partir do hotel Maria Clara Costa

Até ao início da guerra civil síria e da ocupação pelos extremistas do autoproclamado Estado Islâmico, a cidade antiga de Palmira, era visitada anualmente por mais de 150 mil turistas de todo o mundo. Entre estes, vários leitores do PÚBLICO que passaram por um dos maiores tesouros arqueológicos do Médio Oriente e um dos primeiros locais a receber a distinção de Património da Humanidade da UNESCO.

Dias depois da destruição do Templo de Bel e do Templo de Baal-Shamin, arrasados pelos jihadistas, tudo o que poderá restar de uma parte considerável desta cidade-museu greco-romana de influência persa é a memória fotográfica e sentimental. Por esse motivo, o PÚBLICO pediu através das redes sociais aos seus leitores que partilhassem as fotografias das suas visitas a Palmira e publica agora os seus contributos.

Fernando Bilé, de 44 anos, visitou a Síria em 2008. Gostou tanto que regressou no ano seguinte para um périplo levantino por Bosra, Damasco, Homs, Hama, Krak des Chevaliers, Latakia e Alepo. E Palmira.

“Num dia luminoso de Verão, Palmira era de uma beleza quase insuportável, talvez o mais perto que já estive da síndroma de Stendhal”, conta ao PÚBLICO.

Hoje, pensa sobretudo nos sírios comuns que conheceu “fugazmente” durante as suas viagens. “Lastimo, na idade da informação, nada saber destas pessoas, ficar para sempre sem saber, nunca vir a saber”, lamenta.

Para Robert Kuzka, professor de 42 anos em Lisboa, os livros de história fizeram com que Palmira já existisse no seu imaginário muitos anos antes de 2008, quando viajou pelo Médio Oriente.

“Percorri-a como todos os homens e mulheres de culturas, línguas e credos diferentes o fizeram. E apoderei-me dela como os impérios que a tomaram. Deixei-a intacta como todos o foram fazendo. Fiz parte dela por um dia e ela encheu-me para o resto da minha vida”, disse ao PÚBLICO.

Para Kuzka, no entanto, não são tanto os danos causados pela passagem dos extremistas por Palmira que chocam, como são os seus efeitos além-fronteiras.

“Pior do que ver Palmira desfeita é começar a ver, por causa da demência de quem a desfigurou, na Europa que construímos todos os dias, solidária, tolerante, diversa, inclusiva, erguerem-se muros”, afirma, a propósito do agravamento da crise de refugiados desencadeada pelo complexo conflito armado em curso na Síria. E deixa o desafio a quem hesita em acolher quem foge da guerra: “Recebamos os que aí vêm para daqui a uma geração serem eles a reconstruir, com os nossos valores, os territórios que lhes destruíram”.

Paulo Mendes Pinto também visitou Palmira em 2008 e cedeu ao PÚBLICO as suas memórias fotográficas, que também partilha no blogue pessoal. O professor da Universidade Lusófona recorda a necrópole romana, que à data se encontrava em notável estado de conservação e que terá sido um dos primeiros alvos dos jihadistas.

Igualmente perdidos para sempre, os relevos do Templo de Bel, de onde se destacava um cortejo de figuras femininas integralmente cobertas por vestes. O recentemente nomeado embaixador do Parlamento Mundial das Religiões nota as semelhanças entre costumes de há 2000 anos e os que os radicais tentam impor na actualidade.

David Samuel Santos passou por Palmira em 2010, um ano antes do início da guerra, numa viagem que o levou também ao Líbano, à Turquia e ao Chipre. “Nunca umas ruínas me haviam impressionado como estas”, relata o engenheiro electrotécnico de 31 anos no seu site Dobrar Fronteiras, onde disponibiliza mais de duas centenas de fotografias da cidade-museu síria.

O PÚBLICO agradece o contributo dos seus leitores e publicará imagens e testemunhos que forem enviados para comunidade@publico.pt.
 

 

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