Os 20 casais pouco tradicionais do Papa Francisco

“É normal que os esposos discutam. Mas não cheguem ao fim do dia sem terem feito as pazes, basta um pequeno gesto”, aconselhou o argentino.

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Um dos casais à chegada à cerimónia na Basílica de São Pedro AFP/ALBERTO PIZZOLI
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Uma noiva e o seu bouquet na cerimónia deste domingo AFP/ALBERTO PIZZOLI
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Ao todo foram 20 os casais “actuais” que se casaram no Vaticano AFP/ALBERTO PIZZOLI
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Guido Tassara e a mãe solteira Gabriella Improta, um dos novos casais REUTERS/Giampiero Sposito
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O casamento “não é um caminho fácil, mas é assim a vida”, disse Francisco REUTERS/Giampiero Sposito
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Desde 2000 que um Papa não celebrava casamentos: João Paulo II tinha sido o último a fazê-lo AFP/ALBERTO PIZZOLI
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Noivo e noiva trocam alianças na basílica AFP/ALBERTO PIZZOLI
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O Papa Francisco na cerimónia deste domingo AFP/ALBERTO PIZZOLI

Francisco não é o mais tradicional dos papas. Decidiu celebrar casamentos no Vaticano, algo que só João Paulo II se sabe ter feito, e, entre os 20 casais escolhidos para a cerimónia no Vaticano, estavam Gabriella, 48 anos, mãe solteira de uma adolescente, e Guido, 56 anos e divorciado desde os anos 1990 pela Santa Rota (o tribunal eclesiástico competente nestas matérias). Juntos há cinco anos, os dois romanos tinham muita vontade de ver a sua união reconhecida pela Igreja.

O casamento, disse o Papa aos 20 noivos e às 20 noivas, “não é um caminho fácil, é uma viagem por vezes conflituosa, mas é a vida”. “É normal que os esposos discutam. Isso acontece todos os dias, mas não cheguem ao fim do dia sem terem feito as pazes, basta um pequeno gesto”, aconselhou o argentino.

Gabriella e Guido formavam um dos casais menos jovens dos 20, mas um noivo nascido em 1958 e uma noiva nascida sete anos mais tarde foram o casal mais velho da cerimónia presidida por Francisco; os mais novos são uma jovem nascida em 1989 cujo recém-marido nasceu em 1986. Segundo indicações do Papa, os noivos foram escolhidos para representar a diversidade de casais actuais, incluindo alguns que já viviam juntos, outros com filhos, mas também pessoas que se conheceram na paróquia.

É a primeira vez que Francisco celebra casamentos desde que foi eleito Papa, no ano passado, e os seus antecessores poucas vezes o fizeram. De acordo com a AFP, só João Paulo II casou noivos: em 1994, Ano da Família, e de novo em 2000, durante o Jubileu das Famílias.

Esta cerimónia acontece três semanas antes do sínodo (encontro de bispos no Vaticano) previsto para 5 a 19 de Outubro e dedicado precisamente a discutir os desafios da família e do casamento religioso. Alguns defendem que os divorciados devem simplesmente poder receber a comunhão, afirmando que isso não coloca em causa o carácter indissolúvel do sacramento do casamento; outros defendem a continuação da regra que o proíbe. Nem todos acreditam que o Papa vá conseguir navegar da melhor forma entre as tensões que se sabe vão surgir.

“Este Papa maravilhoso continua a propor, a crentes e não crentes, uma Igreja que é amor, compreensão, abertura e acolhimento”, disse a noiva Gabriella, citada pelo site da revista católica Famiglia Cristiana. “Somos maduros e imperfeitos”, afirmou Guido, explicando que a Igreja lhe está a dar “uma segunda oportunidade, a de construir uma nova família”.

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