Obama: “Um grupo como o Estado Islâmico não tem lugar no século XXI”

Casa Branca confirma autenticidade do vídeo que mostra decapitação de jornalista.

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Obama, durante a declaração feita nesta quarta-feira REUTERS/Kevin Lamarque

Apesar da ameaça pendente sobre Steven Joel Sotloff, outro jornalista norte-americano desaparecido na Síria desde Julho do ano passado, Barack Obama reagiu com dureza, depois da confirmação de que o jornalista americano James Foley foi mesmo decapitado pelos extremistas do Estado Islâmico.

“Um grupo como o EI não tem lugar no século XXI” e Washington continuará a fazer “tudo o que for necessário para proteger o povo americano”, afirmou o Presidente norte-americano, prometendo trabalhar com aliados e parceiros regionais para “extrair este cancro e evitar que ele alastre”.

Na breve declaração, sem direito a perguntas, Obama recusou a ideia de um choque de civilizações, dizendo que os jihadistas “não falam em nome de nenhuma religião” e apesar de se dizerem em guerra com o Ocidente “estão a matar muçulmanos aos milhares”, a “sequestrar e torturar mulheres e crianças”.

Obama falou depois de a Casa Branca confirmar a autenticidade de um vídeo posto a circular na Internet pelo Estado Islâmico, que mostra um elemento deste grupo jihadista a decapitar um homem que identifica como sendo James Foley, um jornalista norte-americano que foi sequestrado na Síria em Novembro de 2012.

O Global Post, site de notícias para o qual Foley trabalhava quando foi sequestrado no Norte da Síria, em Novembro de 2012, já tinha adiantado que o FBI concluíra já que as imagens eram verídicas. Vários dirigentes vieram também já a público condenar a execução – a última de uma longa lista de atrocidades cometida pelos jihadistas, mas a primeira a visar um cidadão americano.

No vídeo, intitulado "Uma mensagem para a América”– que foi entretanto retirado do YouTube – um homem que aparenta ser Foley surge, de cabeça rapada e uniforme laranja, ajoelhado num local desértico. Ao seu lado, um combatente de cara tapada mas com sotaque britânico, identifica o jornalista e, de faca na mão, anuncia que a execução prestes a acontecer é uma retaliação pelos ataques aéreos ordenados pelo Presidente Barack Obama contra os jihadistas. “Os vossos ataques provocaram mortes entre os muçulmanos. Vocês já não estão a combater rebeldes, mas um Exército islâmico e um Estado aceite por muitos muçulmanos em todo o mundo”.

Depois desta declaração, o extremista mata o homem ajoelhado ao seu lado. O vídeo termina com a imagem de outro prisioneiro em uniforme laranja identificado como Steven Joel Sotloff, outro jornalista norte-americano desaparecido na Síria desde Julho do ano passado e que se pensa poder estar igualmente nas mãos do EI. “A vida deste cidadão americano, Obama, depende da tua próxima decisão”, afirma o homem mascarado.

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