Obama promete que Kerry se vai empenhar em reduzir diferenças entre Israel e a Palestina

Presidente norte-americano encontrou-se com Mahmoud Abbas em Ramallah, depois de ter estado em Israel.

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Obama foi recebido por Abbas Larry Downing/REUTERS

O Presidente dos EUA prometeu ao Presidente da Autoridade Palestiniana, em Ramallah, que o seu secretário de Estado, John Kerry, gastará “um tempo significativo a tentar reduzir as diferenças entre israelitas e palestinianos e porque a Palestina merece ser um país: “A possibilidade de uma solução de dois Estados, Israel e Palestina, continua a existir”, afirmou com Mahmoud Abbas ao seu lado. E criticou a política de colonatos israelita, “que impede a paz de avançar.

“Vim à Cisjordânia porque os Estados Unidos estão profundamente empenhados na criação de um Estado da Palestina independente e soberano”, afirmou Obama, no final da sua visita a Ramallah, a sede da Autoridade Palestiniana. Estas declarações após o encontro com Abbas terão sido uma versão política de “dar uma no cravo, outra na ferradura”, depois da troca de elogios e demonstração de afecto do dia anterior, em Israel.

NA quarta-feira, ao chegar a Telavive, o Presidente dos Estados Unidos, foi recebido com sorrisos e reafirmou a “eterna aliança” entreIsrael e os EUA. Mas reconheceu que não leva propostas de solução política para o conflito entre israelitas e palestinianos por causa do território, e que foi à região “para ouvir”, e não para lançar novas iniciativas para a paz.

Por isso, ao chegar a Ramallah, de helicóptero, centena e meia de pessoas protestavam contra a sua visita, pisando cartazes com sapatos na mão cartazes de Obama e usando outras formas costumeiras de indicar que não era bem-vindo, porque consideravam que os Estados Unidos negam aos palestinianos o sonho de terem um Estado.

“Ficámos surpreendidos com o seu discurso ontem à noite, pela forma como elogiou Israel por causa da sua segurança”, disse à Reuters Hussein Shujayia, de 26 anos. “E nós? Não há lugar para nós na sua política arrogante pró-Israel”.

Antes da chegada de Obama, dois rockets lançados a partir da Faixa de Gaza tinham caído no sul de Israel, sem causarem feridos. “Um dos rockets explodiu no quintal de uma casa da cidade de Sderot, provocando estragos. O segundo caiu num descampado”, disse à AFP um porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.

O presidente da câmara local, David Bouskila, disse à rádio militar de Israel que o objectivo do ataque só poderia ser o de “fazer compreender por meios não diplomáticos a Barack Obama que não é bem-vindo na região”. Mas, no que parece ser um desmentido, um porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zouhri, citado pela AFP, considerou “esta história de disparo de rockets como meras acusações israelitas que visam conquistar a simpatia de Obama e virá-lo contra os palestinianos”.

Se Obama iniciou o seu primeiro mandato com grandes ambições para o Médio Oriente, nomeando até um enviado especial, essas ambições vieram a gorar-se e agora a fasquia está bastante mais baixa. “Considerarei [esta viagem] um sucesso se, quando regressar na sexta-feira, poder dizer para mim próprio que compreendo melhor quais são os constrangimentos desta situação”, disse o Presidente dos EUA numa conferência de imprensa na quarta-feira, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao seu lado. 


Notícia actualizada com as declarações de Obama às 12h36

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