Obama quer ver para crer no acordo assinado em Genebra

Presidente norte-americano diz que a possibilidade da aplicação de novas sanções continua em cima da mesa.

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Moscovo “tem agora uma hipótese de mudar a sua abordagem” Larry Downing/Reuters

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mostrou-se céptico em relação à concretização do acordo assinado nesta quinta-feira com a Rússia para o alívio da tensão no Leste da Ucrânia, e afirmou que a Casa Branca e a União Europeia mantêm em cima da mesa a possibilidade da aplicação de novas sanções a Moscovo.

“Acho que neste momento não podemos ter a certeza de nada. Há a possibilidade de que a diplomacia possa conduzir a um alívio da tensão”, disse Obama numa declaração proferida na Casa Branca.

Apesar de admitir essa possibilidade, o Presidente norte-americano sublinhou que não vão ser conhecidos resultados práticos nos próximos dias.

“Se não assistirmos a uma melhoria da situação, temos preparadas algumas medidas suplementares que podemos impor à Rússia”, disse Barack Obama, referindo-se ao entendimento com a União Europeia.

“Espero que possamos ver a aplicação [do acordo] nos próximos dias, mas acho que não devemos dar nada como garantido, devido ao que já aconteceu no passado”, declarou o Presidente norte-americano.

A questão agora, diz Obama, é saber se a Rússia vai usar a influência que exerceu “de uma forma disruptiva” no passado para restaurar a ordem na Ucrânia.

O acordo assinado nesta quinta-feira em Genebra entre os representantes da política externa dos Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Ucrânia prevê o envio de uma equipa da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, com a missão de ajudar as autoridades ucranianas a desarmar os grupos que têm ocupado edifícios governamentais e administrativos no Leste da Ucrânia.

Kiev compromete-se a amnistiar todos os separatistas pró-russos que entreguem as armas e abandonem os edifícios de forma pacífica, exceptuando os que forem acusados e condenados por homicídio.

O governo interino ucraniano apresentou uma proposta de revisão constitucional que confere mais autonomia às regiões ucranianas – o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse mesmo que, na prática, Kiev ficará apenas responsável pela Defesa, Justiça e Política Externa.

O Presidente norte-americano fez também referência a esta questão, ao desafiar a Rússia a permitir que a Ucrânia “avance as suas reformas de descentralização que eles [os russos] propuseram”.

Barack Obama disse ainda que “o caos” no Leste da Ucrânia tem “a mão da Rússia”, mas afirmou que Moscovo “tem agora uma hipótese de mudar a sua abordagem”. “Nós encorajamo-los a fazê-lo”, declarou.

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