Nomeações de Obama mostram que quer diálogo no ambiente e aposta na mistura energética

A escolha de Ernest Moniz para secretário da Energia e de Gina McCarthy para liderar a Agência de Protecção Ambiental foi anunciada nesta segunda-feira.

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Ernest Moniz lidera a Iniciativa Energética do MIT Gongalo Português/Arquivo

Ernest Moniz, um físico do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) para secretário da Energia, é a escolha de Barack Obama para secretário da Energia, e Gina McCarthy, responsável pelos serviços de controlo da radiação e da qualidade do ar da Agência de Protecção Ambiental (EPA) dos Estados Unidos é a nova directora desta agência.

Moniz substitui no cargo outro cientista, o Nobel da Física Steve Chu, e tem anterior experiência política, no gabinete de Bill Clinton. No MIT dirigia a Iniciativa para a Energia, que visava desenvolver estudos sobre todos os tipos de energia.

Moniz é um conhecido defensor do nuclear civil, da investigação sobre a captura e armazenagem de carbono, das energias renováveis, mas também da polémica técnica de fracturação hidráulica para a exploração de gás ou petróleo (que consiste na injecção de fluidos a alta pressão no subsolo para fracturar a rocha). É, no entanto, um partidário da mistura de fontes energéticas, que é a estratégia defendida pelo Presidente norte-americano, sublinha o Washington Post.

Moniz é um luso-descendente, com raízes nos Açores, que se envolveu no programa MIT Portugal, desenvolvido enquanto era ministro da Ciência José Mariano Gago.

Quanto a Gina McCarthy, diz o Washington Post, conduziu a aplicação de muitas das mais contenciosas regulamentações ambientais impostas durante o primeiro mandato de Barack Obama, como os limites às emissões de mercúrio e de cinza pelas fábricas. Mas também desenvolveu aquilo a que o jornal chama "uma relação de trabalho forte com os empresários", que deverá permitir atenuar as reacções negativas ao trabalho da EPA.

Lisa Jackson, a sua antecessora no cargo, foi um pára-raios para as críticas da indústria americana, que a acusavam de estar a destruir empregos com a regulação ambiental. A indústria química e as centrais eléctricas a carvão tinham-na na sua mira.
 
 

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