Obama é a maior ameaça para o eleitorado republicano

Presidente norte-americano é considerado uma ameaça mais relevante para os republicanos do que Putin ou Assad, de acordo com uma sondagem.

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Obama nunca falou tanto de questões raciais desde que é Presidente SAUL LOEB/AFP

Nem Vladimir Putin, nem Bashar al-Assad. Para os republicanos, a maior ameaça às suas vidas mora na Pensilvannia Avenue em Washington D.C. Uma sondagem revela que o Presidente norte-americano, Barack Obama, é o líder político mais citado como uma ameaça iminente.

De acordo com o estudo da Reuters e da empresa de sondagens Ipsos, 34% dos inquiridos que se dizem republicanos afirmaram que Obama é o líder político que constitui uma maior ameaça. Os presidentes da Rússia (25%) e da Síria (23%) aparecem abaixo do democrata laureado com o Prémio Nobel da Paz em 2009.

O resultado confirma o clima de polarização da paisagem política actualmente vivido nos EUA. O segundo mandato de Obama tem sido marcado pela difícil coabitação entre o Presidente democrata e a Câmara dos Representantes dominada pelos republicanos.

No final de 2013, a dificuldade em aprovar o orçamento – inviabilizado pelo sector mais radical da maioria republicana, o Tea Party – levou ao bloqueio de vários serviços governamentais. “Há a tendência em demonizar a pessoa que está no poder”, disse à Reuters o sociólogo Barry Glassner. “Os media televisivos e a política americana jogam muito com os medos”, acrescentou.

Símbolo dos dois partidos de costas voltadas está outro dado da sondagem: são 27% os republicanos que consideram o Partido Democrata como uma ameaça e 22% os democratas que dizem o mesmo do partido adversário.

Em termos gerais, o líder mais temido é o ditador norte-coreano, Kim Jong-un (34%), seguido do líder religioso iraniano, o ayatollah Ali Khamenei (27%). Entre as organizações que representam os maiores receios o autoproclamado Estado Islâmico (58%) ultrapassa a Al-Qaeda (43%) como grupo mais temido. Os ataques cibernéticos são encarados como uma ameaça por 39% dos inquiridos e o tráfico de droga merece o alerta de um terço.

As percepções quanto aos riscos associados às alterações climáticas reflectem também as divisões ideológicas. Cerca de um terço dos democratas considera o aquecimento global como uma ameaça, enquanto há 27% de republicanos que afirmam não o ser.

A sondagem questionou 1083 democratas e 1059 republicanos, para além de 667 pessoas que não se identificaram com nenhum dos partidos dominantes.

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