Obama consegue os votos para aprovar o acordo com o Irão

Republicanos são contra, assim como alguns democratas ligados à comunidade judaica. Mas o Presidente conseguiu apoios entre os que perferem um entendimento possível a nenhum.

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Uma vitória para Obama, aqui fotografado no Alaska, na terça-feira MANDEL NGAN/AFP

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conseguiu esta quarta-feira assegurar os votos necessários no Senado para impedir um veto ao acordo com o Irão sobre o nuclear. O acordo pretende impedir que Teerão consiga construir a bomba atómica, em troca serão levantada as sanções internacionais ao país.

Obama precisava de conseguir o apoio de 34 votos dos cem do Senado para que o acordo fosse para a frente, e nesa quarta-feira conseguiu o precioso voto de Barbara Mikulski, senadora democrata pelo estado de Maryland.

Rejeitado pelos conservadores, o acordo com o Irão também não é consensual entre os democratas no Congresso, uma vez que muitos senadores e congressistas têm, nos seus circulos eleitorais, comunidades judaicas que se opõem a ele. Chuck Schumer, de Nova Iorque, e Bob Menéndez, de Nova Jérsia, por exemplo, anunciaram que votarão contra.

 "Nenhum acordo é perfeito, especialmente um negociado com o regime iraniano", disse Mikulski no comunicado em que dá o seu apoio a Barack Obama e em que deixa sublinhado que, ainda assim, os Estaos Unidos devem "reafirmar o seu compromisso com a segurança de Israel". Esta senadora não se recandidatará ao lugar, por isso tem maior margem para decidir sem irritar o seu eleitorado.

Outro senador democrata, Chris Coons, disse, na conferência de imprensa em que anunciou apoiar o Presidente: "Para mim, a alternativa [ao acordo] é um cenário de incerteza e isolamento".

O mecanismo de passagem do acordo nas duas câmaras (Senado e Câmara de Representantes) é complexo. Os republicanos são maioritários em ambas e, por isso, podem chumbar o acordo, que irá ser votado ainda este mês de Setembro. Mas Obama pode usar as suas prerrogativas presidenciais e vetar um chumbo. As câmaras podem depois, anular o veto se dois terços dos eleitos votarem a favor dessa solução. O que Obama conseguiu esta quarta-feira foi a garantia dos 34 votos que visam impossibilitar esta maioria de dois terços.

Do lado do Partido Republicano a rejeição deste acordo é total. Consideram o acordo um erro da Administração Obama e uma ameaça regional. O acordo, dizem os republicanos, não impede o Irão de construir a bomba atómica e o fim das sanções legitima o regime de Teerão. Defendem o regresso às negociações para a obtenção de um acordo diferente.

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