O que vale é que eles não se entendem

Marine le Pen e Geert Wilders não conseguiram criar um grupo no Parlamento Europeu.

Olhar para a composição do Parlamento Europeu, para quem acredita no projecto europeu, já começa a ser assustador. O grupo dos conservadores eurocépticos conseguiu destronar os liberais como terceira força política, formando uma família, o ECR, com 70 membros de 14 países diferentes. E foram as dissidências de alguns grupos de extrema-direita, que optaram pelo ECR, que quase hipotecavam as possibilidade de Nigel Farage, também ele, conseguir constituir um grupo no Parlamento. Mas o grupo dos eurocépticos radicais, que integra o UKIP (e que quer tirar o Reino Unido da União Europeia), foi “salvo” pela adesão dos eleitos do Movimento Cinco Estrelas do cómico italiano Beppe Grillo.

Nigel Farage não se entendeu com Marine Le Pen para formarem uma única família política e a líder da Frente Nacional, juntamente com a extrema-direita do holandês Geert Wilders, também não conseguiu arregimentar os votos suficientes para formar um grupo homogéneo no Parlamento. Significa que Le Pen e os amigos ficarão, por enquanto, no grupo dos “não inscritos”, daí resultando que ficarão arredados dos cargos centrais, terão menos direito à palavra em plenário e menos apoio administrativo e financiamento.
Daqui também não vem grande mal ao mundo. O que vale é que o denominador comum deste sem número de partidos eurocépticos que emergiu nas eleições de 25 de Maio não vai muito para além do facto de quererem repor fronteiras e destruir a União Europeia.

Mas quando começam a negociar e a conversar uns com os outros chegam rapidamente à conclusão de que um é demasiado extremista, o outro é demasiado radical, um é neonazi, o outro é mais anti-semita e aquele outro é homofóbico. Não vão formar uma família política unida, isso já se percebeu. Mas a partir de 1 de Julho vão fazer muito barulho no Parlamento e tentar boicotar quaisquer tentativas de consenso.
 

  



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