O pesadelo de acordar

Acusaram-me de esperar pela eleição de Trump para denunciar o unanimismo Clintoniano no qual participei. Não é verdade:

“Os eleitores reagem mal à unanimidade negativa. Quando quase todos os que têm poder dizem à grande multidão (que não tem outro poder que não o voto) para não votar em certa pessoa, a tentação de fazer o que lhes disseram para não fazer é grande e deliciosa de mais para se lhe resistir.

Desprezo Trump, mas consigo ver que está a ser perseguido. Ele é essencialmente um troll e ser perseguido é o que ele quer. E tem conseguido. Quer fazer-se passar, incrivelmente, por underdog. Para ganhar. Nas actuais circunstâncias, atacá-lo é ajudá-lo a ganhar”.

Um aviso inútil”, PÚBLICO 30.7.2016

“Nas eleições democráticas o voto de cada pessoa vale tanto como o de outra. É bom lembrarmo-nos deste facto. O voto da pessoa mais malvada e ignorante vale tanto como o voto de um santo omnisciente.

As eleições são uma questão de aritmética e não de política. Ganha quem tiver acumulado mais votos, venham eles de onde vierem.

Ao dizer que a eleição está ganha e que Clinton será a vencedora está-se a dissuadir pessoas de ir votar em Clinton e a encorajar-se pessoas a ir votar em Trump(…) Clinton e as pessoas que querem que ela ganhe deveriam deixar-se de triunfalismos precoces e realçar a possibilidade real de Trump ser eleito. Se ele for eleito a culpa será de quem não foi votar em Clinton, por achar que não valia a pena. Vale.”

Como eleger Trump”, Público, 25.10.2016

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