Mais de 70 civis mortos em ataques da coligação contra o Estado Islâmico

“Parece que foi um erro”, disse o director do Observatório Sírio dos Direitos Humanos sobre os dois dias de bombardeamentos da coligação sobre civis.

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“Parece que foi um erro”, disse o director do Observatório sírio sobre a morte de civis´ AFP

Pelo segundo dia consecutivo, os ataques aéreos da coligação liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico voltam a matar dezenas de civis sírios. Pelo menos 56 pessoas morreram, incluindo onze crianças, no Norte da Síria, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Os ataques desta terça-feira deixaram ainda várias dezenas de feridos, alguns em estado grave, de acordo com o Observatório. “Os habitantes fugiram dos combates na localidade de al-Toukhar, na província de Alepo, quando os ataques começaram”, afirmou à AFP Rami Abdel Rahmane, director da organização. “Parece que foi um erro”, adiantou, referindo-se aos raides lançados pelos aviões da coligação contra os jihadistas dentro e nas imediações daquela vila, 14 quilómetros a Norte da cidade de Minbej – um reduto do Estado Islâmico tomado pelas forças curdas sírias, um dos grupos que combate os jihadistas.

A coligação não quis comentar a informação. Mas já na véspera tinha surgido a notícia de que as suas operações aéreas tinham resultado em pelo menos 21 mortos em al-Toukhar e Minbej, que desde 31 de Maio é alvo de uma ofensiva das Forças Democráticas Sírias (FDS, uma força  apoiada pela coligação internacional, que combate os jihadistas no Norte da Síria e é composta sobretudo pelas Unidades de Protecção do Povo Curdo, as YPG).

A cidade, onde vivem dezenas de milhares de civis (outros tantos fugiram entretanto ajudados pelas FDS), tem sido quotidianamente bombardeada pela coligação internacional. Alguns dos seus elementos já se instalaram em Minbej há várias semanas, capturando aos jihadistas o seu principal centro de abastecimento entre a fronteira turca e as zonas que controlam no Norte da Síria, adianta a AFP.

Mas a coligação avança muito lentamente devido às minas e a uma resistência férrea do grupo radical, que ataca as suas posições com bombistas suicidas, levando à continuação dos confrontos.

Esta terça-feira, os rebeldes que combatem o Estado Islâmico reclamaram mais um avanço: segundo o Exército americano terão capturado o centro de comando da cidade, instalado num hospital, segundo a Reuters. Seria a partir dali que os islamistas lançavam as suas operações na região.

O mesmo comunicado militar adiantava que a tomada de parte da cidade permitiu a fuga de civis com a ajuda de rebeldes – sem referir as baixas causadas pelos ataques – e que as forças no terreno continuam as suas batalhas pelo controlo de Minbej em quatro frentes, à medida que se aproximam do centro, com a ajuda dos raides aéreos americanos. Desde o início da ofensiva para a captura da cidade que os aviões da coligação já lançaram 450 ataques.

 

 

 

 

 

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