Novo papa deve ser capaz de olhar além do mundo ocidental, diz porta-voz da CEP

O sucessor de Bento XVI deve ter "abertura ao mundo de hoje – e não apenas ao mundo ocidental e ao continente europeu, mas aberto aos cinco continentes".

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Bento XVI, de 85 anos, anunciou a sua renúncia com efeito a 28 de Fevereiro Vincenzo Pinto/AFP

O sucessor de Bento XVI deve ser “a síntese entre alguém com abertura ao mundo de hoje – e não apenas ao mundo ocidental e ao continente europeu, mas aberto aos cinco continentes – e com qualidades de administração para governar a Curia Romana”, sustentou Manuel Morujão. O padre sublinhou ainda que o novo papa tem de conseguir “unir a coragem à prudência”.

As declarações foram realizadas após a divulgação de um comunicado dos bispos que compõem o conselho permanente da CEP, no qual elogiaram a “coragem heróica” do papa Bento XVI, com a qual “afrontou os problemas” durante o seu pontificado.

“Queremos agradecer a deus o precioso dom do pontificado de Bento XVI, que nos revelou uma fé forte e constante; o zelo apostólico de quem se fez tudo para todos; (...) o estilo pessoal de grande simplicidade com que nos comunicou acessivelmente o seu pensamento culto e profundo; a coragem heróica com que afrontou os problemas que surgiram e defendeu a paz, a justiça e os mais pobres”, pode ler-se no documento divulgado.

No documento, os bispos revelam a surpresa com que receberam “a notícia da decisão do papa Bento XVI de renunciar ao ministério que recebeu como bispo de Roma”, mas salientaram que essa surpresa “depressa se tornou em admiração agradecida, pela sua corajosa lucidez em reconhecer as limitações de saúde”.

O Papa Bento XVI, de 85 anos, anunciou, na última semana, a sua renúncia a partir do dia 28 de Fevereiro, devido “à idade avançada”.

Um novo papa será escolhido até à Páscoa, a 31 de Março, disse o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, anunciando que um conclave deve ser organizado entre 15 e 20 dias após a renúncia do pontífice.

O último chefe da Igreja Católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV.