Novo navio carregado de prata encontrado no fundo do Atlântico Norte

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O “SS Mantola ”, afundado por alemães em 1917, está a mais de 1,6 quilómetros de profundidade Foto: <a href="https://www.facebook.com/odysseymarine" target="_blank">Odyssey Marine Exploration </a>

O “SS Mantola” é o segundo cargueiro a ser localizado no fundo do mar, ao largo da costa irlandesa, em apenas duas semanas. O navio, que tinha Calcutá como destino quando, em 1917, foi atacado por um submarino alemão, contém 20 toneladas de prata. O valor actual do tesouro está estimado em 18 milhões de dólares (cerca de 13,2 milhões de euros).

A descoberta foi feita pela empresa norte-americana Odyssey Marine Exploration (OME), especializada no resgate de cargas valiosas. É a mesma que conseguiu encontrar os destroços do “SS Gairsoppa” no final de Setembro, também afundado por um torpedo alemão, mas em 1941, na viagem de regresso da Índia.

A história dos dois navios é idêntica: ambos britânicos, ambos atacados no Atlântico Norte por alemães durante conflitos de escala mundial, transportando quantidades significativas de prata. A grande diferença está no tamanho da carga do “SS Gairsoppa”, que se tornará na maior e mais valiosa alguma vez recuperada do fundo do mar, caso a operação de resgate seja bem sucedida. São 240 toneladas de prata, avaliadas em 170 milhões de euros.

A OME foi contratada para trabalhar nestes projectos pela Secretaria de Estado dos Transportes do Reino Unido. O que não significa que os tesouros pertencem ao erário britânico. O acordo firmado com a empresa norte-americana, por concurso público, estipula que 80% do valor da carga recuperada fica nas mãos da OME.

É uma prática comum. A empresa arrisca – monta a operação sem conhecer ao certo a localização dos navios afundados, paga todas as despesas, responsabiliza-se pela documentação e a publicitação da carga – e, caso a consiga recuperar, fica com o grosso do seu valor.

O resgate da prata do “SS Mantola” está agendado para a próxima Primavera, tal como o da carga do “SS Gairsoppa”. O navio agora encontrado está a mais de 1,6 quilómetros de profundidade. O que que constitui “uma óptima oportunidade para testar nova tecnologia”, segundo o presidente executivo da OME, Greg Stemm, citado pelo The New York Times, que publica um vídeo em que mostra os destroços do cargueiro no fundo do mar.

O “SS Mantola” tinha pouco mais de um ano quando foi afundado, quatro dias depois de largar âncora, em Glasgow, na Escócia. Seguiam a bordo 18 passageiros e 165 tripulantes. O capitão era David James Chivas, sobrinho-neto dos irmãos que, no início do séc. XIX, começaram a produzir o famoso uísque Chivas Regal. De acordo com Stemm, a perda de vidas foi “mínima”.

Notícia corrigida às 21h58Corrigido o nome do navio na legenda da fotografia
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