Novo líder basco inicia legislatura “da paz e da convivência”

Nas primeiras eleições sem a ameaça da ETA, os bascos confirmaram o regresso dos nacionalistas ao poder.

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O partido de Iñigo Urkullu terá de negociar acordos no parlamento basco Rafa Rivas/AFP

Ao segundo dia da nova legislatura, Iñigo Urkullu foi eleito lehendakari por maioria simples, só com os 27 votos do seu Partido Nacionalista Basco.

O PNB venceu as eleições autonómicas do País Basco no fim de Outubro, regressando assim ao poder na região. Sem maioria, o partido de Iñigo Urkullu preferiu governar sozinho e espera agora negociar acordos pontuais, ora com o EH Bildu (com o qual regressou às urnas o ilegalizado Batasuna, braço político da ETA), ora com o Partido Socialista. Os primeiros elegeram 21 deputados, a sua maior bancada de sempre no parlamento de 75 lugares; os segundos, 16.

Na primeira votação para escolher o lehendakari, quarta-feira, cada um dos três partidos mais votados escolheu o seu próprio candidato e sem maioria absoluta nenhum foi eleito. À segunda, basta uma maioria simples para confirmar o lehendakari: os eleitos do PNB votaram em Iñigo Urkullu e os do Bildu voltaram a escolher a sua candidata, Laura Mintegi – os outros partidos abstiveram-se.

No seu primeiro discurso depois da eleição, Iñigo Urkullu apelou à negociação de pactos e definiu o seu mandato como “uma legislatura em que se avance na paz e na convivência”.

Já nesta quinta-feira, Laura Mintegi mostrou-se disponível para discutir acordos, “sempre baseados em conteúdos” e pediu a Iñigo Urkullu “coragem para enfrentar os problemas políticos e económicos de Euskadi”.

Os bascos foram às urnas exactamente um ano depois da ETA anunciar “o fim definitivo da sua actividade armada” – e pela primeira vez, a campanha centrou-se nos problemas económicos.

No discurso de quarta-feira, escreve o El País, Urkullu dedicou 90% da sua intervenção à crise. Para depois deixou a ETA e a necessidade de consolidar o seu fim (falta o desarmamento do grupo e resolver questões como a dos presos, que continuam longe de casa). Mesmo no fim da sua intervenção, lembrou que é preciso renovar o estatuto basco e encontrar uma fórmula sobre o direito a decidir (qual é o lugar da região em Espanha) que reúna o consenso de todos os partidos, de Madrid e da União Europeia.

 

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