Nove alpinistas estrangeiros e um guia mortos a tiro no Paquistão

Vítimas vinham da China, Ucrânia e Rússia e estavam num hotel na região montanhosa perto de Nanga Parbat.

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A famosa montanha de Nanga Parbat no norte do Paquistão Zulfikar ALI/AFP

Pelo menos nove alpinistas estrangeiros foram mortos a tiro sábado nos Himalaias paquistaneses, informou o gabinete do primeiro-ministro daquele país.

De acordo com a mesma fonte oficial, citada pela televisão local PTV, os turistas que estavam naquela zona montanhosa do norte do país vinham da China, Ucrânia e Rússia. O ataque foi feito por um conjunto de homens armados, contra um hotel que fica perto de Nanga Parbat – uma região onde se situa uma das 14 montanhas com mais de 8000 metros de altitude.

Apesar dos conflitos na região, este ataque contra turistas foi considerado inédito. O primeiro-ministro, Nawaz Sharif, já condenou o atentado que, aconteceu numa zona que normalmente é poupada aos ataques atribuídos a islamitas radicais que há anos estão em guerra com as autoridades paquistanesas. Só nos últimos seis anos, estima-se que tenham morrido 6000 pessoas neste tipo de ataques em todo o país.

“Estes actos cruéis e desumanos não podem ser tolerados e faremos todos os esforços para que o Paquistão possa ser um lugar seguro para os turistas”, lia-se no comunicado de Nawaz Sharif, em funções há apenas algumas semanas.

“É uma zona isolada nas montanhas. Não há qualquer ligação rodoviária e só é acessível a cavalo ou a pé”, corroborou o chefe do governo provincial, Syed Mehdi Shah, em declarações à Geo TV, garantindo que a região continua a ser segura para turistas.

Guia paquistanês é décima vítima
De acordo com as autoridades locais o ataque ocorreu no final do dia de sábado e provocou nove vítimas mortais estrangeiras. A AFP, que cita um responsável da polícia local, Mohammed Naveed, refere também uma décima vítima, um paquistanês e que seria um guia.

Mohammed Naveed disse que assim que se soube do atentado, foram enviados helicópteros para o local para recuperar os corpos. Foi aberta uma investigação para tentar encontrar os responsávies e todas as entradas e saídas para aquela região foram fechadas.

Segundo a Reuters, uma milícia paquistanesa conhecida como Jundullah já reclamou a autoria do atentado, justificando que os estrangeiros são considerados inimigos e prometendo, no futuro, continuar a perpetuar este tipo de ataques. O grupo sunita também já tinha assumido a responsabilidade de uma série de ataques contra membros da minoria muçulmana xiita.

Nawaz Sharif, líder da Liga Muçulmana, venceu as eleições legislativas no Paquistão em Maio, depois de cinco anos passados na oposição, visto que já antes tinha ocupado este mesmo cargo. Regressado ao poder depois de ter sido deposto num golpe militar em 1999, o primeiro-ministro tinha como principais desafios desenvolver a economia do país e reduzir a violência talibã.

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