Novas sanções europeias contra a Rússia entram em vigor esta sexta-feira

Estados Unidos também vão anunciar mais medidas em retaliação contra o apoio de Moscovo aos separatistas da Ucrânia. Kremlin promete responder com proibição de importações europeias.

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A Gazprom, maior fornecedora de gás natural da Europa, escapou às sanções da UE AFP/YURI KADOBNOV

A União Europeia decidiu começar a aplicar as novas sanções contra a Rússia já esta sexta-feira, o mesmo dia em que o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai também apresentar mais medidas punitivas norte-americanas contra Moscovo, em retaliação pela alegada interferência do Kremlin na crise da Ucrânia.

A União Europeia decidiu começar a aplicar as novas sanções contra a Rússia já esta sexta-feira, o mesmo dia em que o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai também apresentar mais medidas punitivas norte-americanas contra Moscovo, em retaliação pela alegada interferência do Kremlin na crise da Ucrânia.

Segundo a Reuters, os Estados Unidos preparam-se para acrescentar o Sberbank, maior banco da Rússia, à lista das instituições financeiras proibidas de fazer negócios no país, e ainda restringir o acesso a capital norte-americano de outros bancos russos mais pequenos.

O novo pacote de sanções europeias — que impede o financiamento dos maiores produtores de petróleo russos no mercado de capitais europeu — foi aprovado por Bruxelas na semana passada, mas os Estados-membros não tinham ainda acertado o calendário para a sua implementação.

A decisão de hoje em Bruxelas foi de aplicar o novo regime já a partir desta sexta-feira, mas, segundo explicou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, ficou também estabelecido que no fim do mês seria feita uma avaliação do cumprimento do acordo de cessar-fogo firmado entre a Ucrânia e os rebeldes separatistas pró-russos, cuja conclusão poderia determinar o levantamento parcial ou total das sanções à Rússia.

“Se a situação no terreno assim o determinar, os funcionários europeus poderão apresentar propostas para emendar, suspender ou cancelar o conjunto de sanções que entraram em vigor, em parte ou na totalidade”, declarou Van Rompuy, que discutiu este enquadramento num telefonema com a chanceler alemã, Angela Merkel, o Presidente francês, François Hollande, e os primeiros-ministros do Reino Unido e Itália, David Cameron e Matteo Renzi, respectivamente.

“Uma inversão do rumo seguido pela Rússia naturalmente levaria a União Europeia (UE) e outros a reavaliar a situação. Mas até agora, infelizmente, não tivemos nenhum sinal credível de que esse será o caso, e foi por isso que os líderes europeus concordaram em avançar com as sanções imediatamente”, resumiu o porta-voz do Governo britânico, citado pela Reuters.

Kremlin responde

O Kremlin prometeu retaliar contra a União Europeia com “medidas equivalentes” se as novas sanções entrassem em vigor. Um dos conselheiros económicos do Governo, Andrei Belousov, disse à agência Ria-Novosti que a Rússia poderia proibir ou limitar a entrada de importações europeias, nomeadamente bens de consumo ou carros usados. Uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros citado sob anonimato pela agência russa disse que a decisão dos líderes da UE “aumenta os riscos de uma confrontação, estagnação económica e desemprego” na Europa.

As sanções europeias afectam poderosas empresas petrolíferas como as estatais Rosneft e Transneft, que se vêem forçadas a financiar-se directamente com o Tesouro russo. No entanto, a UE deixou de fora deste novo pacote o sector do gás natural e a Gazprom, que é a maior produtora mundial e principal fornecedora do mercado europeu. Outras medidas atingem o sector da defesa e ainda o sistema bancário russo. Outros 24 nomes, de dirigentes políticos russos e líderes rebeldes ucranianos, serão também acrescentados à lista de indivíduos impedidos de viajar para o espaço europeu ou com bens congelados.

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