Novos dados de satélite reforçam indícios de que avião malaio se despenhou no Índico

Primeiro-ministro australiano fala em "pistas credíveis" que apontam para a presença de destroços na zona onde decorrem as buscas.

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Um origami com um voto de esperança pelos passageiros do voo MH370 MOHD RASFAN/AFP

Novos dados de satélite, desta vez recolhidos pela França, detectaram a presença de objectos consistentes com destroços de um avião na zona onde estão concentradas as buscas ao aparelho da Malaysia Airlines. Um novo indício – ainda que as autoridades insistam que, para já, não passa disso – que levou o primeiro-ministro australiano a mostrar-se optimista quanto à possibilidade de saber em breve o que aconteceu ao voo MH370, desaparecido há mais de duas semanas.

“Esta manhã, a Malásia recebeu novas imagens de satélite, enviadas pelas autoridades francesas, mostrando potenciais objectos na vizinhança do corredor sul”, revelou, em comunicado, o Ministério dos Transportes da Malásia, adiantando que a informação foi “enviada de imediato” para a Austrália, o país que está a coordenar as buscas no sul do Índico.

Pouco depois, o ministério dos Negócios Estrangeiros francês explicou que o satélite francês não captou imagens mas "ecos de radar" que permitiram "identificar objectos a flutuar numa zona do oceano Índico situada a 2300 km de Perth". Um responsável do Governo malaio adiantou à agência AP que a informação foi recolhida sexta-feira e que um dos objectos detectados terá uma dimensão semelhante ao fragmento identificado na imagem captada por um satélite chinês, embora situada a grande distância do local então referido.

Esta é a terceira vez que satélites detectam o que poderão ser fragmentos do Boeing 777 numa vasta área do Sul do Índico onde, segundo a tese actualmente privilegiada pelos investigadores, poderá ter terminado a viagem do avião da Malaysia Airlines. O avião, com 239 pessoas a bordo, desapareceu dos radares depois de uma súbita mudança de rumo, em direcção a Oeste, mas segundo sinais captados por um satélite terá continuado a voar durante mais seis horas.

As primeiras imagens, captadas dia 16 e divulgadas pela Austrália na quinta-feira, mostram dois objectos, o maior dos quais com 24 metros, a flutuar numa área a 2500km a Sudoeste de Perth, mas na área nada foi encontrado desde então.

Neste domingo, as buscas concentraram-se um pouco mais a Oeste, na zona onde o satélite chinês identificou, dia 18, um objecto com cerca de 22 metros de comprimento. Foi também dada prioridade ao local, situado na mesma zona de buscas, onde no sábado a tripulação de um avião civil diz ter avistado uma palete de madeira e pequenos objectos, incluindo o que poderiam ser cintos e faixas usadas para prender a carga dentro de um avião.

“É ainda muito cedo para ter certezas, mas agora temos obviamente um certo número de pistas credíveis e temos a esperança, para já não mais do que esperança, de que estamos no caminho certo para descobrir o que aconteceu”, disse o primeiro-ministro australiano. Tony Abbott explicou que “as imagens de satélite chinesas sugerem que há pelo menos um grande objecto na zona, consistente com aquele as imagens anteriores tinham descoberto”.

Apesar do tom optimista, a Autoridade de Segurança Marítima da Austrália, que está a coordenar as operações, anunciou ao final do dia que “nada de significativo foi avistado” durante as buscas, que se estenderam, só ontem, por 59 mil quilómetros quadrados. Nas operações participam oito aviões, incluindo um P8 Poseidon norte-americano com equipamento de vigilância submarina, a que se deverão juntar nesta segunda-feira dois aparelhos militares chineses e um japonês. O único meio naval dentro da zona de buscas é o HMAS Success da Austrália, mas nos próximos dias vão chegar à zona embarcações dos EUA, Reino Unido e China.
 

   

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