Noruega reforça segurança perante a ameaça de um “ataque terrorista”

Atentado estaria a ser preparado para acontecer nos próximos dias. Governo pede à população para estar vigilante.

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O número de polícias armados aumentou nos aeroportos e estações de comboio Audun Braastad/AFP

A Noruega anunciou esta quinta-feira a introdução de medidas de segurança excepcionais depois de os seus serviços de informação terem alertado para um possível “ataque terrorista” iminente no seu território, levado a cabo por militantes islamistas que combateram na Síria.

Os serviços de informação interna (PST) “receberam recentemente informação segundo a qual um grupo com ligações a extremistas islamistas na Síria poderá ter a intenção de cometer um acto terrorista na Noruega”, declarou a chefe da secreta norueguesa, Benedicte Bjoernland.

“Temos informações que indicam que um eventual ataque terrorista contra a Noruega está planeado para acontecer nos próximos dias”, acrescentou Bjoernland. A ameaça é “não específica”, mas é considerada “credível”: nem o alvo eventual, nem a presumível identidade dos autores, nem a sua localização actual são conhecidos, explicou aquela responsável.

As autoridades anunciaram um reforço das medidas de segurança com uma presença de um maior número de polícias armados nas estações de comboio e nos aeroportos, com a chamada de funcionários que estavam de férias e com a colocação em estado de alerta dos seus meios aéreos. 

“Há uma ameaça concreta contra a Noruega e foram tomadas medidas para fazer face a essa ameaça”, declarou o ministro da Justiça, Anders Anundsen, apelando à população para estar vigilante sem cair na estigmatização. No seu relatório de avaliação anual, os PST consideraram que o nível de ameaças contra a Noruega aumentou devido ao conflito na Síria.

Segundo a secreta norueguesa, entre 40 a 50 indivíduos com ligações à Noruega combateram ou combatem na Síria. A realidade deste tipo de ameaça concretizou-se em Maio com o ataque ao museu judaico de Bruxelas que fez quatro mortos. O seu autor presumido, que se encontra detido, é o franco-argelino Mehdi Nemmouche, que passou mais de um ano na Síria, onde terá combatido nas fileiras de grupos jihadistas radicais.

Em Maio, o PST prendeu três candidatos à jihad, suspeitos de quererem juntar-se aos combatentes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, o grupo ultra-radical que está a conquistar terreno na Síria e no Iraque, onde já proclamou um califado.

Cerca de 11 mil combatentes estrangeiros originários de 74 países combateram na Síria, segundo dados de Dezembro de um relatório do Centro Internacional para os Estudos da Radicalização e da Violência Política (ICSR), que tem sede em Londres.

Cato Hemmingby, investigador da escola norueguesa de polícia, considera que a iniciativa raríssima das autoridades de tornar a ameaça pública visa dissuadir os autores do eventual ataque, mostrando-lhes que a execução do seu plano será mais difícil com o reforço da segurança e a vigilância da população.

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