Multinacional farmacêutica condenada na China por subornar médicos e enfermeiros

GlaxoSmithKline pediu desculpas ao governo chinês e dispôs-se a pagar a multa no valor de 379 milhões de euros

Foto
GSK vendia medicamentos na China até sete vezes mais caros do que nos outros países Fernando Veludo/Nfactos

A multinacional farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK) foi multada em 379 milhões de euros pelos tribunais chineses, depois de ter sido dada como responsável pela organização de uma rede gigantesca de subornos em hospitais e centros médicos da China.

Além disso, o director executivo da multinacional britânica na China, Mark Reilly, e outros quatro altos responsáveis da companhia, foram condenados a penas de prisão entre dois e três anos, por terem subornado médicos e enfermeiros para que estes utilizassem os medicamentos fabricados pela farmacêutica.

De acordo com as autoridades chinesas, desde 2009 que Mark Reilly pressionava as suas equipas de venda para que conseguissem aumentar as vendas dos medicamentos à custa de subornos. Estes terão ascendido a 379 milhões de euros – a mesma quantia da multa que os tribunais determinaram – e assumiam a forma de viagens pagas para assistir a conferências. À conta destes estratagemas, e do suborno a vários funcionários, a subsidiária chinesa da GSK conseguiu que os preços dos seus medicamentos na China chegassem a ser até sete vezes mais altos do que os praticados noutros países. 

A multinacional assumiu-se responsável. Num comunicado, a subsidiária chinesa da GSK pede desculpas e promete tornar-se num “modelo” doravante, ao mesmo tempo que considerou que as actividades da subsidiária chinesa no país violam os procedimentos internos da multinacional. A GSK tem cinco fábricas, um centro científico e sete mil empregados na China.

O caso contra a GSK inscreve-se dentro da campanha que o governo chinês tem vindo a promover contra a corrupção e que, segundo o presidente da China, Xi Jinping, citado pelo El País, visa castigar “tanto as moscas” de baixo nível como os “tigres” mais altos. 

Sugerir correcção
Comentar