Motins nos subúrbios de Estocolmo pela terceira noite consecutiva

Morte de um homem pela polícia motivou protestos nas ruas. Dezenas de carros queimados e pelo menos oito pessoas detidas.

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Os motins começaram na noite de domingo JONATHAN NACKSTRAND/AFP

Os subúrbios de Estocolmo foram palco de motins pela terceira noite consecutiva, depois de um homem de 69 anos ter sido morto pela polícia. Os jovens do distrito de Husby queixam-se de racismo e brutalidade policial e o Governo diz que o país "não pode ser governado por violência".

Segundo os relatos dos media suecos, mais de 100 automóveis foram queimados na noite de domingo para segunda-feira. Até ao momento a polícia deteve oito pessoas em nove subúrbios da capital sueca.

"Parece que as pessoas estão a aproveitar a oportunidade em outras áreas por causa do que aconteceu em Husby", disse ao jornal Aftonbladet o responsável da polícia de Estocolmo, Kjell Lindgren.

Na manhã de terça-feira, o primeiro-ministro, Fredrik Reinfeldt, preparava o país para mais uma noite de confrontos: "Tivemos duas noites de grande instabilidade e de uma atmosfera intimidante em Husby, e existe o risco de que a situação se repita. Temos grupos de jovens que pensam que conseguem e que devem mudar a sociedade com violência. Sejamos claros: isso não é correcto. Não podemos ser governados por violência."

A maioria da população do distrito de Husby tem raízes no estrangeiro, com mais de 80% dos 12.000 habitantes originários ou descendentes de famílias com origens na Turquia, na Somália e em países do Médio Oriente.

Um estudante de Direito e fundador da associação juvenil Megafonen, Rami al-Khamisi, disse ao jornal sueco The Local que foi alvo de insultos racistas por parte de agentes da polícia. Segundo Khamisi, alguns agentes chamaram "macacos" aos adolescentes.

Os jovens revoltaram-se contra a morte de um homem de 69 anos, que as autoridades dizem ter ameaçado agentes da polícia com um machete. Segundo a versão policial, os agentes invadiram a casa do homem depois se terem apercebido da presença de uma mulher no interior da residência. Está a decorrer uma investigação a este caso e a ministra da Justiça sueca, Beatrice Ask, disse que qualquer pessoa que se tenha sentido maltratada pela polícia deve apresentar queixa.
 
 
 

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