Morsi acusado de espionagem para facilitar ataques terroristas no Egipto

Em questão está a fuga da prisão de Wadi Natroun, em 2011, durante a revolta contra Hosni Mubarak.

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O primeiro Presidente eleito do Egipto está a ser julgado por incitamento à morte de manifestantes Al Watan/Reuters

O Presidente do Egipto deposto em Julho passado, Mohamed Morsi, vai responder em tribunal por acusações de espionagem a favor de organizações estrangeiras com o objectivo de cometer ataques terroristas no país.

Morsi, que estava já a ser julgado por incitamento à morte de sete manifestantes, no final do ano passado, durante um protesto em frente ao palácio presidencial, vê agora alargada a sua acusação. Para além de espionagem com vista à realização de actos terroristas, o político do Partido Justiça e Liberdade, criado pela Irmandade Muçulmana, é também acusado de divulgação de informações secretas a um país estrangeiro, financiamento de terrorismo e atentado contra a integridade territorial, avança a agência Mena.

 


Mohamed Morsi foi questionado pela justiça egípcia sobre as circunstâncias em que ocorreu a sua fuga da prisão de Wadi Natroun, a nordeste do Cairo, durante a revolta contra Hosni Mubarak, no início de 2011. O inquérito teve como objectivo apurar se Morsi e outros membros da Irmandade Muçulmana foram ajudados por grupos estrangeiros como o Hezbollah libanês ou o Hamas palestiniano.

 


A Irmandade venceu todas as eleições desde a queda de Mubarak, mas quando milhões de egípcios se manifestaram contra Morsi, em Junho, os generais derrubaram o primeiro líder escolhido em eleições livres no Egipto e voltaram a tomar em mãos os destinos do país. Entretanto, descrevem todos os islamistas como terroristas e muitos membros da confraria e do partido político que esta fundou em 2011 foram perseguidos e presos.

Os militares enfrentam agora críticas de muitos activistas que apoiaram o derrube de Morsi e já detiveram alguns destes, acusando-os de organizarem protestos ilegais. O receio de muitos é de novo o regresso aos tempos de Hosni Mubarak, ele próprio saído das Forças Armadas.

 


No mês passado, aliás, o Governo interino que os generais nomearam alterou lei das manifestações, permitindo, por exemplo, que as forças policiais dispersem protestos com recurso a gás lacrimogéneo, canhões de água, granadas de fumo, tiros de aviso, balas de borracha ou munições reais.
 
 
 
 
 

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