Ministro do Interior francês confirma rumor de que Strauss-Khan foi apanhado numa zona de prostituição

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DSK viveu durante 15 anos na zona do Bosque de Bolonha Charles Platiau/ REUTERS

O ministro francês do Interior, Claude Guéant, um dos homens mais próximos de Nicolas Sarkozy, alimentou no domingo a polémica que gira em torno de Dominique Strauss-Kahn, ao revelar que o ex-director do FMI e ex-presidenciável dos socalistas foi interpelado pelas autoridades, em 2006, num conhecido local de prostituição de Paris.

Guéant que, recorda a AFP, devido às sucessivas funções que exerceu na administração pública e no governo, é um dos melhores conhecedores em França dos pequenos e grandes segredos da polícia, confirmou numa entrevista ao "Journal du Dimanche" um rumor que corria em Paris há meses.

“Sim, ouvi falar dessa história em que o senhor Strauss-Kahn foi interpelado no Bosque de Bolonha por funcionários encarregados da vigilância daquele local durante um controle de rotina”, afirmou o ministro. “Mas não se tratou de nenhuma emboscada da polícia. Ele não foi seguido. Não foi culpa da polícia que ele estivesse ali naquela noite”, disse.

O Bosque de Bolonha, uma enorme zona verde situada junto aos bairros chiques da zona oeste de Paris, é um lugar que, à noite, se transforma num local de prostituição.

Richard Malka, um dos advogados de Strauss-Kahn, acusou Guéant de “exploração política”. E justificou os factos: “Na altura, Dominique Strauss-Kahn vivia naquela zona. Uma noite, ao chegar a casa, foi submetido a um controle de rotina, nada mais”, explicou. “Aliás, em 15 anos de residência naquela zona, foi controlado diversas vezes, mesmo quando estava na companhia da mulher”, a jornalista Anne Sinclair, explicou à AFP.

Várias pessoas próximas de DSK, como é conhecido em França, interrogavam-se ontem sobre as razões que levaram o ministro do Interior a confirmar este rumor. O ex-patrão do FMI já está fora da competição política francesa, depois do escândalo sexual em que se viu envolvido em Nova Iorque, onde foi acusado de tentativa de violação de uma empregada de hotel. E o que não falta na imprensa francesa são revelações, mais ou menos consistentes, sobre a sua vida sexual.

“Porque é que DSK ainda representa um perigo para o poder? O que é que eles querem? Que segredos é que DSK guarda que podem ameaçar o poder? Guéant foi longe demais. E isso é suspeito”, lançou o deputado socialista, Jean-Christophe Cambadélis.

Na sua entrevista ao “Journal du Dimanche”, o ministro do Interior classificou como “fantasma” ou “tretas”, a teoria da conspiração, avançada pelo biógrafo de DSK Michel Taubmann e pelo jornalista americano Edward Epstein. Estes consideram que o episódio de Nova Iorque pode ter sido uma armadilha para afastar DSK das eleições presidenciais francesas, marcadas para a próxima Primavera. As sondagens davam-no com favorito para derrotar Sarkozy.

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