Manifestantes enchem ruas em 80 cidades do Brasil

Protestos começaram de forma pacífica na maior parte dos locais, mas depois verificaram-se confrontos com a polícia, nomeadamente no Rio de Janeiro.

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Manifestantes no Rio de Janeiro Luciana Whitaker/REUTERS
A manifestação no Recibe
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A manifestação no Recife YASUYOSHI CHIBA/AFP
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Um cartaz de protesto no Recife YASUYOSHI CHIBA/AFP
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YASUYOSHI CHIBA/AFP
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Rio de Janeiro AFP
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Confrontos no Rio de Janeiro CHRISTOPHE SIMON/AFP
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Detenção no Rio AFP
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Confrontos em Salvador AFP

O povo voltou a tomar as ruas do Brasil. Em cerca de 80 cidades, 17 das quais capitais de estado, as pessoas encheram ruas e praças.

Com a palavra de ordem “Brasil acorda”, as manifestações começaram de forma pacífica. Mais tarde começaram a verificar-se confrontos em cidades como Brasília, Rio de Janeiro, Salvador da Baía e São Paulo, entre outras.

Os organizadores falaram em milhões nas ruas, nomeadamente um milhão no Rio de Janeiro, embora nas primeiras horas das manifestações a polícia não tenha revelado números.

Por volta das 23h (hora de Lisboa), surgiram os primeiros relatos de confrontos no Rio de Janeiro e, em alguns bairros limítrofes, os jornais deram conta vários arrastões (ataques continuados e em grupo, a lojas e pessoas).

Quando a cabeça da manifestação chegou junto do edifício da Prefeitura do Rio de Janeiro, o destino do protesto, foram atirados petardos contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo. Surgiram então os relatos dos primeiros feridos.

No Recife e em Brasília e em muitas outras cidades houve também milhares nas ruas, com cartazes com as mais variadas palavras de ordem.

A multidão em Brasília, segundo O Globo, estimada em 50 mil pessoas pelos organizadores, conseguiu furar a barreira da polícia, invadiu o relvado do Congresso Nacional e ocupou a Praça dos Três Poderes. Mais tarde também aqui os jornais e as televisões deram conta de confrontos por volta das 23h30 (hora de Lisboa).

Com receio de que houvesse novos episódios de violência — apesar de em muitos casos esta ter sido causada por pessoas não relacionadas com os protestos —, as autoridades tomaram nesta quinta-feira precauções para proteger zonas patrimoniais. Bancos e estações do metro no centro do Rio de Janeiro também se protegeram de eventuais ataques. Muitas lojas fecharam mais cedo, com receio de distúrbios.

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) montou “à pressa” uma operação para monitorizar o que se passa na Internet, noticiavam nesta quinta-feira vários media brasileiros. “O Governo destacou oficiais de inteligência para acompanhar as movimentações dos manifestantes, por meio do Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp".

"A agência avalia que as tradicionais pastas do Governo que tratavam de articulação com a sociedade civil perderam a interlocução com as lideranças sociais”, escreveu o Estado de São Paulo.

A Polícia Militar distribuiu panfletos a pedir acções sem violência violência. "Ajude-nos a proteger você. Afaste-se dos que insistem em vandalizar uma manifestação pacífica", diz o texto.

A presidente Dilma anulou viagens ao estrangeiro para acompanhar os protestos no Brasil.

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