Milhares pessoas no protesto de Paris contra casamento gay

Manifestação foi mais pequena do que as anteriores, mas mostra que, a dois dias da aprovação, a direita continua mobilizada contra a reforma. Apoiantes do "casamento para todos" concentraram-se na Bastilha.

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Uma criança contra "o casamento miragem" PIERRE ANDRIEU/AFP
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Segundo a polícia, foram 300 mil os que percorreram o centro de Paris Jacky Naegelen/Reuters
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A activista Frigide Barjot KENZO TRIBOUILLARD/AFP
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A República contra o casamento gay KENZO TRIBOUILLARD/AFP
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Jovem muçulmana participa no protesta Thomas Samson/AFP
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A contra-manifestação dos apoiantes do "casamento para todos" Gonzalo Fuente/Reuters
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"Vocês fazem a guerra, nós fazemos o amor", lê-se no corpo deste contra-manifestante Gonzalo Fuente/Reuters

Foi um protesto mais pequeno do que a grande manifestação de 24 de Março, quando 300 mil (segundo a polícia) a um milhão e meio de pessoas (segundo a organização) percorreram o centro da capital para recusar que França se junte aos 13 países que já legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Frigide Barjot, nome artístico da humorista que se tornou o rosto da oposição à proposta de lei, explicou aos jornalistas antes do início do cortejo que esta “manifestação regional”, sem os meios logísticos das duas anteriores marchas nacionais.

Ainda assim, à chegada aos Inválidos, a porta-voz do movimento Manifestação para Todos (por oposição à promessa de casamento para todos, prometido por Hollande na última campanha presidencial) dizia estar “estupefacta com a afluência” e, pouco depois, a organização anunciava terem estado 270 mil pessoas no protesto. Números muito superiores aos apontados pela polícia de Paris, que calculou a multidão em 45 mil pessoas.

A multidão, que desfilou em ambiente descontraído, era composta sobretudo por famílias, muitas empunhando cartazes contra o alargamento da adopção a casais homossexuais, o ponto mais polémico da lei e que torna tão difícil a sua aceitação pela direita francesa.

 Estamos aqui pelos direitos das crianças. Não se pode legislar sobre a perda de um pai ou de uma mãe”, disse à AFP uma mulher que se identificou apenas como Camille. Com o filho de quatro anos ao lado, disse sentir-se “caluniada” pelos que “chamam homofóbicos e fascistas” a quem se opõe à lei.

Na outra ponta da cidade, pelo menos 3500 pessoas (números da prefeitura) reuniram-se na prala da Bastilha para uma concentração que teve como lema "Contra a homofobia, direitos iguais para todos".
 
 

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