Dezenas de mortos em mais um naufrágio ao largo de Lampedusa

A embarcação transportava cerca de 250 pessoas. Entre as vítimas mortais há pelo menos dez crianças.

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O cemitério de Lampedusa está repleto de sepulturas não identificadas de imigrantes ROBERTO SALOMONE/AFP
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Um manifestante em Roma reclama mais atenção para o que se tem passado em Lampedusa Filippo MONTEFORTE/AFP

Dezenas de pessoas, entre elas uma dezena crianças, morreram após mais um naufrágio de uma embarcação com cerca de 250 imigrantes a bordo, no estreito da Sicília.

Uma gigantesca operação de salvamento está em curso ao largo da ilha de Lampedusa, em Itália, para resgatar os ocupantes de um navio que naufragou ao final da tarde a cerca de 70 milhas da costa europeia.

Cerca de 150 pessoas foram resgatadas com vida por um navio maltês e outras 50 foram salvas por um navio da Marinha italiana. A embarcação transportava cerca de 250 imigrantes. O balanço inicial dava conta de 50 mortos mas na manhã de sábado tinham sido recolhidos apenas 34 cadáveres, na sua maioria de mulheres e crianças, segundo a agência italiana Ansa. Um fonte militar maltesa citada pela AFP falava em 33 corpos.

Segundo os jornais italianos, meios marítimos e aéreos da polícia e Exército da Itália e Malta estão envolvidos na missão. O barco, que transportaria cerca de 250 imigrantes de nacionalidade eritreia e somali, terá virado ou adornado em águas internacionais, no canal mediterrânico que liga a Tunísia à Itália.

O alerta foi dado pelas autoridades maltesas, que requisitaram o apoio da marinha italiana para a operação de salvamento. "Temos pelo menos 200 pessoas na água, que estão a ser resgatadas pelos nossos helicópteros", confirmou um porta-voz da marinha à Reuters. O responsável indicou que todos os sobreviventes seriam transportados para Lampedusa.

A operação acontece após uma noite de intenso movimento da guarda costeira italiana, que socorreu mais de 500 imigrantes em dificuldades no estreito da Sicília.

As autoridades começaram por responder a um pedido de SOS lançado por telefone satélite ainda em águas territoriais da Líbia, dando conta do naufrágio iminente de duas embarcações em borracha pneumática – uma com 101 e outra com 109 pessoas a bordo. Os imigrantes foram levados para o porto siciliano de Trapani por um navio de Malta.

Outros 118 imigrantes em risco foram recuperados por uma embarcação com pavilhão das Bahamas e conduzidos para Porto Empedocle, na Sicília. E finalmente, dois barcos com 65 e 110 indivíduos a bordo foram arrastados pela Marinha italiana até Siracusa, na costa leste daquele arquipélago.

Na semana passada, um incêndio a bordo provocou uma das maiores tragédias marítimas da história recente, com 339 pessoas a perder a vida no naufrágio de uma embarcação que zarpou da capital da Líbia com mais de 500 imigrantes.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, cerca de 32 mil imigrantes desembarcaram nos portos italianos e em Malta este ano. Dois terços requisitaram asilo na União Europeia.
 
 

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