Dezenas de milhares manifestam-se pela reforma da lei da imigração nos EUA

Dezenas de milhares de pessoas numa atmosfera pré-celebratória em Washington, quando um grupo de senadores se prepara para anunciar um acordo para facilitar vistos e reconhecer trabalhadores ilegais.

Foto
Dezenas de milhares de pessoas juntaram-se em frente ao Capitólio, optimistas com a possibilidade de uma reforma da lei da imigração Larry Downing/Reuters

Mais de 10 mil pessoas em Washington, para além de manifestações em cidades de 18 estados, manifestaram-se na quarta-feira pedindo direitos para os imigrantes ilegais.

A atmosfera na manifestação, que tinha como mote "cidadania para 11 milhões", era de optimismo, depois de notícias dando conta de uma proposta iminente de um grupo de senadores democratas e republicanos (chamado "O Grupo dos 8") que poderia ser apresentada já nesta sexta-feira.

Nas concentrações juntaram-se sobretudo activistas, líderes sindicais e imigrantes – muitos latinos, mas também asiáticos, trabalhaodores rurais, domésticos, etc.

"Sí, se puede!", diziam alguns cartazes, aludindo ao slogan de campanha para o primeiro mandado do Presidente Barack Obama (alguns analistas dizem já que uma aprovação da lei da imigração poderá ser o marco do seu segundo mandato). "The time is now!", diziam outros.

Haverá mais de 11 milhões de imigrantes sem documentos nos EUA. A cada dia, cerca de 1000 pessoas são expulsas dos EUA por violações dos termos de imigração.

Grupos que se opõem às propostas de dar direitos aos imigrantes ilegais fizeram também ouvir os seus argumentos, dizendo que a extensão dos direitos irá causar problemas financeiros aos EUA, numa altura em que o país deveria conter despesas. "Deveria haver manifestações a favor dos 20 milhões de americanos que não conseguem ter um trabalho a tempo inteiro", disse Roy Beck, líder de um grupo que defende reduções no nível de imigração chamado "NumbersUSA", ao Washington Post.

Esther Lopez, uma activista de Chicago, contrapôs, em declarações ao diário britânico The Guardian: "O que faz diminuir os salários são as políticas imperfeitas actuais. Se as pessoas estão cá sem estatuto legal, ficam mais vulneráveis a serem exploradas. Queremos aumentar os padrões, isso quer dizer que as pessoas têm de estar legais para serem protegidas pelas leis do trabalho."

A última tentativa para uma grande reforma no sistema de imigração foi em 2007, promovida no último ano de mandato de George W. Bush, com uma iniciatvia bipartidária no Senado (que pretendia legalizar milhões de imigrantes), que falhou. Em 2010, foi debatida, mas também não aprovada, uma lei que daria estatuto legal a alguns jovens imigrantes que tivessem chegado aos EUA em criança.
 
 
 
 

Sugerir correcção
Comentar