Maioria republicana rejeita último orçamento de Obama

Presidente dosEUA entregou a sua proposta de Orçamento ao Congresso, com reforço dos montantes para investigação sobre o cancro, de programas de defesa contra ciber-ataques.

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Proposta de orçamento foi hoje entregue ao Congresso AFP/Saul Loeb

O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, entregou ao Congresso a sua última proposta de orçamento, no valor de 4,1 milhões de milhões de dólares, repleto de propostas que os seus adversários republicanos já prometeram rejeitar.

A Casa Branca prevê um aumento de 1% do orçamento da Defesa: a verba para a campanha militar contra o Estado Islâmico sobe 50% para 7,5 mil milhões de dólares. Mas o senador John McCain diz que esta verba  fica 17 mil milhoes de dólares abaixo do que o Pentágono precisava, pelo que o orçamento não cobre as necessidades de segurança nacional.

O plano da Casa Branca assenta na estimativa de um crescimento da economia de 2,6% em 2016 e de uma redução do défice orçamental para 503 mil milhões de dólares. A perspectiva é que o défice orçamental se fixe nos 2,8% do Produto Interno Bruto. Em relação à taxa de desemprego, que no fim de 2015 caiu abaixo dos 5% pela primeira vez em oito anos, a previsão da Administração é que mantenha a tendência de queda, para 4,7% este ano e 4,5% em 2017.

A Administração projecta um aumento de 5% da despesa pública, para suportar a Segurança Social e o serviço da dívida – a subida da despesa discricionária com programas federais não chega sequer a 1%. O que parece ser demasiado para a maioria republicana: “O Presidente Obama terminará o seu mandato sem nunca ter apresentado um orçamento equilibrado. O último não é excepção: não se trata de um orçamento mas de um manual sobre como aumentar o governo federal à custa do bolso dos trabalhadores americanos”, criticou o speaker do Congresso, Paul Ryan.

São sobretudo as medidas fiscais que enfurecem os republicanos, que manifestaram imediata oposição à proposta de criação de uma nova taxa de dez dólares por barril de petróleo, que serviria para financiar investimentos em meios de transporte mais amigos do ambiente como comboios de alta velocidade, ou à tributação de heranças ou de lucros transferidos para o estrangeiro. Fora de questão para os conservadores está também a imposição de novas taxas às instituições financeiras.

Outras medidas de que Obama já tinha dado conta no seu discurso sobre o Estado da União, no mês passado, são mais consensuais, como por exemplo o reforço dos montantes destinados à investigação médica com o objectivo de encontrar uma cura para o cancro, ou o aumento do financiamento dos programas de defesa contra ciber-ataques.

E para responder à crise de refugiados (mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo), a Administração aumentou o valor do seu programa de assistência humanitária para 6,2 mil milhões de dólares.

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