Maioria dos franceses considera que racismo aumentou

Inquérito revela que franceses julgam que a vida é hoje mais difícil para as comunidades muçulmanas do que há 30 anos.

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A maioria dos franceses considera que os muçulmanos são as principais vítimas do racismo Regis Duvignau/Reuters

Para os franceses, o racismo aumentou nos últimos 30 anos. A conclusão é de um inquérito da Liga Internacional Contra o Racismo e o Anti-semitismo (LICRA) que mostra também que a percepção dominante é a de que é hoje mais difícil ser muçulmano ou magrebino em França.

A propósito dos 30 anos da Marcha pela Igualdade e contra o Racismo, o estudo revela que 59% dos franceses considera que o racismo aumentou neste período e apenas 10% são da opinião de que diminuiu.

A maioria dos franceses (68%) julga ser mais difícil ser muçulmano ou magrebino do que há 30 anos, seguidos dos negros (58%). Por oposição, judeus (63%) e asiáticos (78%) viram a sua vida mais facilitada.

Os muçulmanos são “claramente a minoria para a qual é mais difícil viver hoje em França”, observa o presidente da LICRA, Alain Jakubowicz, citado pelo Le Monde. “Isso explica-se por eventos como o 11 de Setembro e pelas consequências de um terrorismo reivindicado por uma ínfima minoria de islamitas. Em França, os muçulmanos são as primeiras vítimas do islamismo radical”, conclui o responsável.

O racismo é visto como um perigo para a sociedade francesa por 74% dos inquiridos e é a escola a instituição considerada mais importante no combate à xenofobia. As associações anti-racistas e os políticos são as menos eficazes para os inquiridos.

Os meios que se devem privilegiar no combate ao racismo são as acções no terreno, nas escolas e locais de trabalho, (50%) e nos meios de comunicação (18%). Apenas 5% dos franceses considera que as manifestações devem ser a prioridade neste contexto.

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