Maioria dos brasileiros reprova presidência de Dilma

A percentagem de brasileiros que criticam a presidência de Dilma aumentou de 24% para 62%.

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A imagem de Dilma tem sido prejudicada pelo caso Petrobras e pelas medidas económicas do Governo Ueslei Marcelino/Reuters

Três meses e meio depois de tomar posse para o seu segundo mandato, Dilma Rousseff tem hoje uma taxa de reprovação popular próxima dos valores de Fernando Collor, o ex-Presidente do Brasil que abandonou o cargo em 1992, sob um processo de destituição. Nesse período, a taxa de reprovação do ex-Presidente do Brasil estava nos 68%.

Dados divulgados na quarta-feira pelo instituto de pesquisas Datafolha revelam que 62% dos brasileiros estão insatisfeitos com a actuação de Dilma Rousseff como Presidente do Brasil. Estes dados mostram uma deterioração expressiva da popularidade de Dilma. Em Fevereiro deste ano, 44% da população consideravam o Governo “ruim ou péssimo” mas, em Dezembro de 2014, apenas 24% tinham esta opinião. A opinião positiva tem caído quase proporcionalmente. O inquérito da Datafolha feito logo após as manifestações do passado domingo revela que apenas 13% da população classificam hoje a actuação de Dilma como “óptima ou boa”, contra 42% que responderam o mesmo em Dezembro.

Ao longo dos últimos meses, a popularidade da Presidente do Brasil tem sofrido sobretudo devido à operação Lava-Jato, que investiga uma vasta rede de corrupção na Petrobras que envolve dezenas de políticos e empresários.

Nesta quarta-feira, registaram-se novos protestos no Brasil, os primeiros desde que, no domingo, centenas de milhares de brasileiros saíram à rua para protestar contra Dilma. Os protestos desta quarta-feira foram levados a cabo pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Tecto, que reivindicava a implementação imediata de um programa governamental de alojamento – ainda a ser preparado pelo executivo – e contestava as medidas económicas da Presidente.

As recentes políticas económicas do Governo brasileiro são geralmente consideradas como o segundo factor da sua queda de popularidade. O ambiente económico no Brasil tem-se agravado ao longo dos últimos meses e, como resposta, o executivo propõe um programa de medidas de austeridade que contraria várias promessas da campanha eleitoral de Dilma em 2014.

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