Liderança feminina nas Tecnologias de Informação

Mesmo para quem conhece a India, causa surpresa que seis dos maiores grupos de Tecnologias de Informação, com vastas operações na Índia, tenham no topo uma mulher. Citando nomes: a Accenture nomeou há semanas Rekha Menon para a Chairperson da Índia (tem lá mais de 110.000 trabalhadores, do total mundial de 330.000);  Vanita Narayanan é Directora Geral da IBM-India (com mais de 130.000 na India, de um total de 380.000); Neelam Dhawan é DG da HP-India (30.000 na India do total de 302.000);  Aruna Jayanthi é a CEO da Capgemini, actualmente com quase 100.000 na India, após a aquisição da iGate (total mundial poderá ser 150.000); Kumud Srinivasan, Presidenta da Intel-India (mais de 6000 na India, 5% do total); a Kirthiga Reddy, DG do Facebook-India (mais de 10.000 na India de um total de 55.000).

 

Não é que o mérito não contasse, pois sempre houve mulheres em grande destaque na Índia. Mas há um dado cultural: a mulher é insubstituível no âmbito familiar e na educação dos filhos; talvez por isso as famílias eram unidas e os filhos com óptima formação e bons hábitos de trabalho. Assim, a sociedade protegia-a, para que fizesse aquilo em que é perita e sábia. Mesmo assim, havia muitas mulheres no topo das empresas indianas.

 

Há uns meses o Financial Times referia que 40% dos activos financeiros de instituições que dão empréstimos no país, estavam sob a alçada de mulheres, e não há outro sistema financeiro, em parte alguma, com uma presença feminina tão destacada. A Presidente da NSE-National Stock Exchange da Índia, é Chitra Ramkrishna. Um dos melhores bancos privados da Índia, ICICI, equivalente ao BCP, nos tempos áureos, tem Chanda Kochhar como CEO. Também a CEO do UBI, a Chairperson do SBI, a CEO do Allabadh Bank, a CEO do AXIS Bank, a CEO do HSBC-Asia, etc. são um escol de dirigentes-mulheres da primeira linha.

 

No governo das autarquias, distritos, Estados ou no Governo Central, deseja-se que haja no mínimo 1/3 de presença feminina. Todos coincidem em que elas são práticas e não descansam com os problemas por resolver; não se perdem em inutilidades como os políticos-homens; vão à essência…

 

Nas TI e finanças, nem se pode pensar que subiram por favor. Só por mérito e, mais, em oposição às ideias sociais dominantes. Na India, hoje, quer-se presença feminina nos conselhos de administração e nos níveis hierárquicos superiores das empresas. Há metas para se ir alcançando…

 

O actual Governo Central tem 7 Ministras, fazendo um bom trabalho-de-casa. Aliás o PM Modi é implacável, não tem tempo a perder com atrasos ou incompetências, que, sabe bem, prejudicam o país, e muito em especial os mais vulneráveis. E a ÍIndia tem muito por onde escolher, pessoas de alta competência.

As ministras tem pastas importantes: Negócios Estrangeiros; Recursos Humanos (equivalente à nossa Educação e Ciência); Assuntos das Minorias; Assuntos da Mulher e da Criança;  Indústria de Processamento de alimentos; Recursos Aquáticos, Desenvolvimento dos Rios e Recuperação da bacia do Ganga; Comércio, Indústria e Finanças Corporativas.

 

São de constatar os esforços e as boas classificações das raparigas à entrada na Universidade, com predominância clara nas Faculdades mais selectivas. Estão a notabilizar-se em todos os domínios: na ciência, na política, na medicina, em finanças, nos negócios, em TI, etc.

 

A par das multinacionais de TI, nos EUA as grandes empresas estão numa afanosa procura de cérebros indianos para as dirigir. Depois de Satya Nadella, CEO da Microsoft, Indra Nooyi, da Pepsico, e muitos outros... foi a vez da Google nomear seu CEO, um jovem de 42 anos, de Chennai, Sunda Pichai. Nos próximos tempos mais surpresas são de esperar.

Sugerir correcção
Comentar