Líder da "Revolução de Rosas" vence presidencias na Geórgia

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Saakachvili já veio a público reclamar vitória nas eleições de hoje Ivan Sekretarev/AP

Mikhail Saakachvili, líder da revolta popular que em Dezembro derrubou o ex-Presidente Eduard Chevardnadze, venceu as eleições presidenciais antecipadas na Geórgia, com uma maioria esmagadora, anunciou um grupo de observadores internacionais que acompanhou o escrutínio.

De acordo com este grupo, que integra elementos da Fundação Soros, do British Council e de organizações não-governamentais norte-americanas, Saakachvili conquistou 85,8 por cento dos votos, num escrutínio a que se apresentaram seis candidatos.

Pouco depois do fecho das urnas, o próprio Saakachvili veio a público reclamar vitória. "Quero agradecer a todo o país, a todos os meus apoiantes. Esta vitória não é apenas a minha, mas é de todo o povo georgiano", afirmou na sua sede de candidatura na capital, Tbilissi.

Saakachvili tem agora pela frente grandes desafios, como o de combater a corrupção e criminalidade, que em menos de um década transformaram a Geórgia, uma das mais prósperas repúblicas da ex-União Soviética, num dos países mais pobres da Europa.

"Temos muitos problemas para resolver, mas vamos reconstruir o país juntos e colocá-lo no caminho da democracia", declarou Saakachvili, que há seis semanas liderou o movimento popular que derrubou o histórico Presidente Chevardnadze.

O levantamento popular, que ficou conhecido como "Revolução das Rosas", nasceu da contestação aos resultados oficiais das eleições presidenciais do início de Novembro, que deram nova vitória a Chevardnadze. Em poucos dias, Saakachvili conseguiu reunir em Tbilissi dezenas de milhares de pessoas, exigindo a demissão do Presidente, o qual acabou por abdicar.

Segundo os observadores internacionais, as eleições, organizadas em tempo recorde, decorreram sem incidentes, tendo sido validadas ao início da tarde, altura em que mais de 50 por cento dos eleitores já tinham votado.

As eleições na Geórgia estão a ser seguidas com grande atenção, quer pela vizinha Rússia, quer pelo ocidente, ambos interessados em cimentar a sua influência sobre o país, situada numa região onde os EUA pretendem construir, até 2005, um enorme oleoduto para transportar crude do mar Cáspio para os mercados ocidentais.

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