Líder da oposição síria convidado a visitar Moscovo

O convite foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo e é visto como um passo importante nas negociações.

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Mouaz al-Khatib encontrou-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo em Munique Thomas Kienzle/AFP

O líder da Coligação Nacional Síria, Mouaz al-Khatib, reuniu-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, à margem de uma cimeira em Munique.

Mas o encontro não serviu apenas para uma conversa: o ministro russo — que defende uma solução política para o conflito que inclua o actual Presidente sírio — convidou Mouaz al-Khatib a visitar Moscovo. "A Rússia tem uma determinada visão, mas nós estamos abertos a negociações com vista a aliviar a crise e há muitos pormenores que precisam de ser discutidos", disse o líder da oposição síria no final da reunião, citado pela agência Reuters.

O convite foi descrito como um avanço significativo nas relações entre a Rússia e a oposição síria, mas a aproximação é vista por muitos como uma traição aos rebeldes. O director do canal Al-Arabya, Abdulrahman Al-Rashed, acusa Mouaz al-Khatib de ter "vendido" a oposição síria, num artigo publicado no jornal árabe Asharq Al-Awsat, com sede em Londres e detido por um membro da família real saudita.

"Al-Khatib dividiu a oposição e infligiu danos enormes aos esforços de milhares de pessoas que sacrificam as suas vidas em nome de um futuro sem Assad e o seu regime fascista", escreve o jornalista.

Antes da chegada a Munique — onde também se encontrou com o vice-presidente dos EUA, Joe Biden; com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Ali Akbar Salehi; e com o enviado da ONU, Lakhdar Brahimi —, o líder da oposição já tinha manifestado a intenção de negociar com o regime e agora obteve a garantia de que as Nações Unidas mantêm-se contrárias à participação de Bashar al-Assad numa transição no país.

"Declaro que estou pronto a sentar-me com os representantes do regime sírio no Cairo, em Tunes ou em Istambul", declarou o responsável, antes das reuniões unilaterais em Munique, pondo como condição a libertação de 160 mil detidos e a renovação dos passaportes de sírios no estrangeiro.
 
 
 

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