Libertado adolescente português raptado em Moçambique

O rapaz encontra-se bem de saúde e vai deixar o país.

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À noite, diz um português a viver em Moçambique, "os restaurantes estão vazios, ninguém sai de casa. Maputo está em estado de sítio" GRANT NEUENBERG/REUTERS

O rapaz português raptado há duas semanas no centro de Maputo foi libertado nesta quinta-feira pelos seus captores, disse à agência Lusa o cônsul geral de Portugal em Moçambique, Gonçalo Teles Gomes.

"O rapaz encontra-se bem de saúde e já está reunido com a família", acrescentou o diplomata.

O jovem, de 17 anos, que também tem a nacionalidade moçambicana, foi raptado no final de Outubro na zona do Bairro da Coop, no centro da capital moçambicana. Deverá sair do país em breve, disse na manhã desta sexta-feira ao PÚBLICO o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário.

Após esta libertação, continuam em cativeiro dois portugueses, um homem e uma mulher, esta sequestrada na última terça-feira na Matola, cidade satélite de Maputo.

O assunto está no centro dos contactos que o embaixador português em Moçambique e o cônsul geral têm mantido com o Governo e responsáveis policiais em Maputo, disse o secretário de Estado. O ministério dos Negócios Estrangeiros português esteve também, na quinta-feira, em contacto com o embaixador de Moçambique em Lisboa.

Empresários estão a partir

A CTA (Confederação das Associações Económicas de Moçambique), maior organização patronal de Moçambique, anunciou, nesta sexta-feira, em Maputo, que vários empresários abandonaram o país, devido aos sequestros - dezenas de casos nos dois últimos anos -  e alertou para “uma grave crise económica” por causa da tensão militar na região centro.

Paralelamente à onda de raptos, o centro de Moçambique vive uma grave instabilidade militar, devido a confrontos entre o exército moçambicano e homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.

A frequência das viagens num dos troços da principal estrada do país, no centro, reduziu-se drasticamente, porque a circulação é feita por escoltas militares, que também não têm escapado a ataques atribuídos à Renamo.

Em comunicado enviado à Lusa, a CTA afirma que a vaga de sequestros obrigou vários empresários a fugirem do país e a tensão militar vai provocar uma “grave crise económica”.

Recentemente, a multinacional mineira anglo-australiana Rio Tinto aconselhou os familiares dos seus funcionários expatriados a saírem temporariamente de Moçambique, devidos à situação de insegurança.

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